As apostas esportivas online estão começando a cobrar um preço alto — e não é só no bolso. Segundo a pesquisa O Impacto das Bets 2, divulgada em abril de 2025, 34% dos jovens brasileiros que apostam adiaram o início da faculdade particular por falta de grana. E tem mais: 14% dos que já estão na graduação tiveram que trancar ou atrasar o pagamento das mensalidades.
O levantamento foi feito pela Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior) em parceria com o instituto Educa Insights, e mostra como as bets estão se tornando um obstáculo real para o acesso ao ensino superior, principalmente nas classes C e D.
🧠 Os dados assustam:
- 33,8% dos entrevistados não entraram na faculdade em 2025 por conta dos gastos com apostas;
- 35% dizem que vão ter que parar de apostar em 2026 para conseguir estudar;
- 986 mil jovens podem ser impactados negativamente no acesso ao ensino superior no ano que vem, se nada mudar.
👤 Quem são os apostadores?
O perfil da galera que mais aposta:
- 85% são homens
- 85% trabalham
- 72% têm filhos
- 40% têm entre 26 e 30 anos
- 38% são da classe B; 37% da classe C
- 79% vivem só com o salário
Ou seja, são pessoas que precisam escolher com cuidado onde colocar o dinheiro — e as bets estão ganhando da educação.
📉 E não para por aí: os efeitos colaterais das bets
Além do impacto na educação, o estudo mostrou que muita gente já deixou de investir em outras áreas da vida por causa das apostas:
- 28,5% pararam de sair com amigos, ir a bares ou restaurantes;
- 23,6% deixaram de pagar academia ou praticar esportes;
- 20,9% abandonaram cursos extras, como idiomas ou especializações.
Em média, 45% dos apostadores gastaram mais de R$ 350 por mês em bets em 2025, valor que era de 30% no ano anterior.
Siga o Jovem na Mídia nas redes sociais do Instagram e Facebook para não perder nada!
🛑 O que fazer agora?
A Abmes não é contra as apostas, mas defende que o setor precisa de regras mais claras, limites de gasto, e principalmente campanhas educativas alertando sobre os riscos.
“As bets viraram concorrentes diretas do ensino superior pelo bolso do jovem brasileiro”, disse Daniel Infante, diretor da Educa Insights.
A ideia é que o tema seja debatido também em escolas e universidades, com ações públicas de prevenção, antes que a situação piore.