A Crimeia, uma península que fica no sul da Ucrânia e avança pelo Mar Negro, é um dos pontos mais quentes da geopolítica mundial. Desde que foi anexada pela Rússia em 2014, virou símbolo de disputa entre Moscou e Kiev – e agora voltou a ser tema nas negociações de paz que envolvem Donald Trump, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
Recentemente, Trump sugeriu que a Ucrânia deveria abrir mão da Crimeia para que o conflito termine, o que reacendeu a polêmica: afinal, o que torna essa região tão estratégica?
Um pouco de história
- Século XVIII: a Crimeia foi incorporada ao Império Russo pela imperatriz Catarina, a Grande.
- 1853-1856: palco da Guerra da Crimeia, quando Rússia enfrentou o Império Otomano, apoiado por Reino Unido e França.
- 1921: tornou-se parte da União Soviética, com forte presença dos tártaros muçulmanos.
- 1954: Nikita Khrushchev transferiu a Crimeia da Rússia para a Ucrânia (na época, ambas repúblicas soviéticas).
- 1991: com o fim da URSS, a Crimeia ficou oficialmente na Ucrânia, mas com constantes disputas sobre sua soberania.
Em 2014, após a queda do presidente ucraniano pró-Rússia, Moscou enviou tropas e anexou a região após um referendo considerado ilegal pela ONU. Desde então, a maior parte do mundo não reconhece a anexação.
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Por que a Crimeia importa tanto?
- Base naval de Sebastopol: é a casa da frota russa no Mar Negro, garantindo acesso militar e estratégico ao Mediterrâneo.
- Plataforma militar: Moscou usa a região para lançar ataques contra a Ucrânia desde 2022.
- Agricultura e indústria: trigo, milho, girassol e mineração em Kerch sempre tiveram peso econômico.
- Turismo: antes da guerra, cidades como Yalta eram destinos populares para russos e ucranianos.
Geografia rápida
- Área: 27 mil km² (um pouco menor que a Bélgica).
- População antes da guerra: 2 milhões de habitantes.
- Capital: Simferopol.
- Composição étnica (2001): 58% russos, 24% ucranianos e 12% tártaros.
O impasse hoje
Zelensky já afirmou que não aceita negociar a Crimeia nem outros territórios ocupados. Para a Rússia, o assunto está encerrado: “a Crimeia é nossa para sempre”. O problema é que, enquanto não houver consenso sobre essa península, um dos maiores entraves para a paz continua em aberto.