Um dado alarmante veio à tona: cerca de 2 em cada 3 mulheres do Rio de Janeiro disseram ter sofrido algum tipo de violência obstétrica durante o parto. O levantamento faz parte da pesquisa Nascer no Brasil 2, conduzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os principais tipos de violência
📍 Toques vaginais sem explicação ou consentimento: relatados por 46% das entrevistadas.
📍 Negligência: 31% disseram ter esperado demais por atendimento ou se sentiram ignoradas pela equipe.
📍 Abuso psicológico: 22% ouviram broncas, repreensões ou comentários agressivos durante o parto.
A pesquisa foi feita com 1.923 mulheres em 29 maternidades (públicas, privadas e mistas), entre 2021 e 2023, em todas as regiões do estado.
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Quem sofre mais?
Segundo a coordenadora do estudo, Maria do Carmo Leal, as maiores vítimas são:
- Jovens, adolescentes e mulheres mais velhas;
- As de baixa escolaridade;
- Beneficiárias de programas sociais;
- Mulheres atendidas na rede pública de saúde.
Além disso, o risco de violência aumenta nos partos vaginais e também em situações em que a mãe fica internada por mais tempo.
Procedimento proibido ainda acontece
Outro dado preocupante: 53 mulheres relataram ter sofrido a manobra de Kristeller — quando o profissional empurra a barriga da gestante ou até sobe sobre ela para acelerar a saída do bebê.
⚠️ Essa prática é proibida por lei no Rio desde 2016 e rejeitada pela OMS e pelo Ministério da Saúde, já que pode causar sérios danos à mãe e ao bebê.
Se os números forem projetados para todos os nascimentos no estado em 2022, a estimativa é de que 5,6 mil mulheres tenham sofrido uma das formas mais graves de violência física no parto.