A interceptação da Global Sumud Flotilla por forças israelenses na quarta-feira (1º) ganhou contornos ainda mais delicados: pelo menos 10 brasileiros e um argentino residente no país estão entre os detidos. A flotilha, formada por cerca de 50 embarcações, tinha como objetivo romper o bloqueio marítimo a Gaza e entregar alimentos, água potável, medicamentos e até brinquedos para crianças.
Entre os nomes confirmados estão o ativista Thiago Ávila e a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE). No total, a delegação brasileira é composta por 17 integrantes, que se somaram a mais de 500 pessoas de diferentes nacionalidades nesse protesto que se define como pacífico e não violento contra a guerra em Gaza.

Quem são os brasileiros capturados
A lista divulgada pelos organizadores da flotilha inclui:
- Ariadne Catarina Cardoso Teles
- Magno De Carvalho Costa
- Luizianne De Oliveira Lins
- Gabrielle Da Silva Tolotti
- Bruno Sperb Rocha
- Mariana Conti Takahashi
- Thiago de Ávila e Silva Oliveira
- Lucas Farias Gusmão
- Mohamad Sami El Kadri
- Lisiane Proença Severo
- Nicolas Calabrese (argentino, cidadão italiano, residente no Brasil)

Segundo os organizadores, até a noite de quarta-feira, pelo menos 178 participantes da flotilha haviam sido capturados, entre eles a ativista climática Greta Thunberg, também presente na missão.

Reações no Brasil
A notícia da detenção mobilizou familiares e ativistas em São Paulo, que organizaram uma vigília no Al Janiah, tradicional espaço cultural fundado por refugiados palestinos. O grupo exige que o governo brasileiro atue para garantir a segurança dos detidos e cobra uma postura mais firme do país em relação a Israel, incluindo até a revisão de relações comerciais.
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Em nota, a Anistia Internacional Brasil classificou a ação como ilegal:
“Nenhuma regra do direito internacional autoriza ataques a embarcações em livre navegação em águas internacionais. A missão da flotilha é pacífica, humanitária e legal.”
O que diz Israel
O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que a flotilha foi interceptada porque avançava em uma “zona de combate ativa” e violava um bloqueio que consideram legítimo. Em comunicado, o governo declarou que todos os passageiros estavam sendo transferidos “em segurança” para um porto israelense.
Já os organizadores da flotilha sustentam que a ação foi uma interceptação ilegal em águas internacionais e denunciaram que as transmissões ao vivo foram derrubadas durante a operação.

Mais uma tentativa frustrada
Essa foi mais uma das várias iniciativas que tentam desafiar o bloqueio imposto por Israel a Gaza desde 2007. Os barcos esperavam chegar ao enclave nesta quinta-feira (2), mas foram detidos a cerca de 90 milhas náuticas da costa.
Com a guerra já entrando em seu segundo ano e grande parte de Gaza transformada em escombros, a flotilha buscava chamar atenção para a crise humanitária e pressionar por rotas de ajuda mais diretas.