O calor extremo que atinge o Rio de Janeiro já virou problema de saúde pública. Segundo a prefeitura, a cidade registrou quase mil atendimentos médicos por efeitos das altas temperaturas nos últimos dias. Os sintomas mais comuns foram tontura, fraqueza, desmaios e queimaduras solares.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que o número de atendimentos está dentro do esperado para o nível de calor atual, mas o alerta segue ligado: não há previsão de alívio nos próximos dias.
🌡️ Trabalhar no sol virou teste de resistência
Quem passa o dia nas ruas sente o impacto direto. O ambulante Juvenal Alves Barbosa relata que o calor tem sido ainda mais pesado por conta da saúde:
“Tá difícil, companheiro. Além do mais eu tô me recuperando da diabetes.”
Já a gari Luciana Elias diz que a principal defesa é básica, mas essencial:
“Bastante água, boné. É o que pode fazer, né?”
O entregador Ivan Ferreira chama atenção para o asfalto quente e a falta de sombra:
“Às vezes tem que pegar uma sombrinha, parar pra beber água. Tá puxado mesmo.”
🏥 Calor também dentro dos hospitais
No Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, pacientes relataram problemas no ar-condicionado, inclusive em enfermarias. Uma paciente contou que o calor estava insuportável:
“Tô aqui desde anteontem no quente, todo mundo passando mal.”
Funcionários também relataram que a UTI chegou a operar sem refrigeração adequada, com temperatura acima de 27 °C. A direção do hospital informou que o problema foi pontual e já resolvido.
🚱 Sem água, a situação fica ainda pior
Além do calor, moradores de várias regiões enfrentam falta de abastecimento de água. Em São João de Meriti, moradores dizem que não sai “nenhuma gota” das torneiras. Na Ilha do Governador, o problema seria antigo, com fornecimento irregular há cerca de um ano.
A concessionária Águas do Rio afirmou que atua para normalizar o serviço e prometeu melhorias com a implantação de um sistema de bombeamento até o primeiro semestre do próximo ano.
🛑 População em situação de rua sofre ainda mais
Quem vive nas ruas sente o impacto em dobro. Sem acesso regular à água, até o banho vira desafio.
“Tô há três dias sem tomar banho. Tem que ir pra praia”, contou João Pinto dos Santos.
Já Luiz Henrique dos Santos relatou dificuldade até para beber água:
“Hoje em dia nego tá negando até água.”
A Secretaria Municipal de Assistência Social informou que todas as unidades de acolhimento estão funcionando normalmente para atender essa população durante o período de calor intenso.
🚨 Orientações seguem valendo
A Secretaria de Saúde reforça cuidados básicos:
- beber água mesmo sem sede;
- evitar sol entre 10h e 16h;
- usar roupas leves;
- evitar álcool;
- procurar atendimento médico em caso de mal-estar.




