O clima entre grandes potências mundiais esquentou de vez! Nesta sexta-feira (11), a China criticou duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para o mercado americano. A resposta veio através da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, que classificou a medida como intimidação e interferência política.
“As tarifas não devem ser uma ferramenta de coerção, intimidação ou interferência”, disparou a porta-voz em coletiva de imprensa em Pequim.
🧨 O que rolou?
Tudo começou na última quarta-feira (9), quando Trump enviou uma carta oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comunicando a imposição da nova tarifa, que entra em vigor a partir de 1º de agosto.
O republicano alegou que a decisão foi motivada por uma “postura hostil” do governo brasileiro e chegou a citar o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, como parte da justificativa.
A medida, que atinge em cheio o agronegócio, a indústria e o setor de exportação brasileiro, foi vista por analistas como uma reação direta ao fortalecimento do Brics, bloco de economias emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e que tem ampliado sua influência global.
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🧭 China entra em cena
Durante a coletiva, Mao Ning reafirmou a posição da China contra o protecionismo e destacou princípios da Carta das Nações Unidas:
“A igualdade soberana e a não interferência em assuntos internos são princípios importantes […]. O protecionismo prejudica os interesses de todos.”
Vale lembrar que essa não foi a primeira crítica de Pequim à nova postura de Trump. No início da semana, quando ele começou a ameaçar tarifas de 10% a países alinhados ao Brics, a China já havia reagido, alertando sobre os riscos de uma guerra tarifária.
🇧🇷 E o Brasil?
O presidente Lula não ficou calado. No mesmo dia em que recebeu a carta de Trump, ele classificou a medida como inaceitável e unilateral, e anunciou que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além disso, Lula afirmou que o país vai aplicar a recém-aprovada Lei de Reciprocidade Econômica, que permite ao governo brasileiro retaliar países que adotem práticas comerciais hostis contra o Brasil.
🎯 O que está em jogo?
Especialistas alertam que o movimento de Trump não é apenas econômico — é geopolítico. A ameaça afeta diretamente o equilíbrio nas relações entre os países do Sul Global e as potências tradicionais. O Brics, que se fortaleceu ainda mais durante a Cúpula de 2025 no Rio de Janeiro, tem se posicionado como uma alternativa ao domínio dos EUA e da Europa.
Essa tensão global, com tarifas e retaliações de um lado e alianças estratégicas do outro, pode impactar o comércio mundial, os empregos e a estabilidade econômica de vários países — inclusive do Brasil.