A explosão que abalou a Rua Francisco Bueno, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, ainda deixa marcas profundas no bairro. Segundo a Defesa Civil, 12 imóveis continuam interditados após o incidente da última quinta-feira, quando um depósito clandestino de materiais explosivos foi pelos ares, destruindo casas e causando estragos em toda a vizinhança.
O impacto foi tão forte que telhados voaram, janelas foram arrancadas, portões entortaram e vidros estouraram a dezenas de metros de distância. Moradores seguem tentando entender como um depósito irregular funcionava ali sem que ninguém soubesse.
‘Era uma bomba-relógio e ninguém imaginava’, diz morador
José da Silva Filho, que vive em uma casa bem em frente ao local da explosão, conta que nunca desconfiou de nada:
“Nem imaginávamos que tinha uma bomba-relógio na frente da nossa casa. Não conhecia os moradores, tinham se mudado fazia pouco tempo. Nunca suspeitei.”
No momento da explosão, três pessoas e dois cachorros estavam dentro do imóvel que virou escombros. José relembra uma cena traumatizante:
“Parecia que tinha caído um avião ou que era um terremoto. A casa inteira abriu, vidro voando, teto cedendo. Foi coisa de filme. Quando fui procurar minha esposa, achei que tivesse acontecido o pior.”
Ela teve cortes leves causados pelos estilhaços, mas conseguiu se salvar.
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‘Achamos que era o posto de gasolina que tinha explodido’
Na casa de Márcia Machado, também com três pessoas dentro, o susto não foi menor. Ela estava na cozinha quando tudo começou:
“Veio aquela explosão com uma pressão absurda, jogando a gente pra trás. Os vidros estouraram pra dentro. Minha irmã achou que a casa estava caindo.”
Márcia achou que o posto de gasolina próximo tinha explodido. Mas logo veio a confirmação: eram fogos de artifício armazenados clandestinamente.
O impacto destruiu praticamente todo o interior da casa dela. Um amigo da família chegou a ser atingido por destroços que caíram do teto.
O efeito dominó da explosão
O estrago ultrapassou a rua. A pressão foi tão intensa que carros na Avenida Salim Farah Maluf, via movimentada da zona leste, também foram atingidos.
Daniel Pavel, que trabalhava em um imóvel comercial no momento da explosão, relata:
“A luz apagou por alguns segundos e, de repente, veio um estrondo enorme, parecia um trovão que não acabava nunca. Quando saí, estava tudo quebrado.”
Na empresa, portões caíram e todas as janelas foram destruídas. Do lado de fora, Daniel encontrou moradores feridos, muitos com cortes provocados por estilhaços.
Resgate rápido e comunidade abalada
Bombeiros e policiais chegaram em poucos minutos, iniciando os primeiros socorros. Apesar dos danos materiais e do pânico generalizado, o caso só não teve vítimas fatais por sorte e pela rapidez no atendimento.
A comunidade, formada majoritariamente por moradores antigos, segue abalada. Muitos ainda não conseguiram retornar para casa por questões de segurança e aguardam o laudo final das autoridades.




