O Ministério Público da Paraíba está investigando denúncias envolvendo o influenciador digital Hytalo Santos, acusado de expor adolescentes em vídeos com conteúdo sexualizado e suspeito de oferecer “benefícios” para as famílias desses menores em troca da emancipação deles.
O que o MP apura?
De acordo com o promotor João Arlindo Côrrea, o foco da investigação é entender se houve um esquema de vantagens, como entrega de iPhones, aluguel de casas e outros “presentes”, para que os responsáveis pelos adolescentes aceitassem a emancipação – ato que dá a esses menores a capacidade legal plena, entre 16 e 18 anos, para assinarem contratos e aparecerem nos vídeos.
“Ele não dava dinheiro direto, mas há informes de que dava iPhones, alugava casa para as famílias…”, explicou o promotor.
Cerca de 17 adolescentes emancipados participam dos vídeos produzidos por Hytalo, que se tornaram alvo do MP após denúncias anônimas no final de 2024. O relatório final da investigação deve sair em breve.
Quem é Hytalo Santos?
Natural de Cajazeiras, no sertão da Paraíba, Hytalo tem 28 anos e ficou conhecido por seus vídeos de dança e “dancinhas” com menores, a quem chama de “filhas” e “genros”. Ele acumulava mais de 17 milhões de seguidores no Instagram, 2,4 milhões no TikTok e 5 milhões no YouTube até a suspensão parcial dos perfis.
Além disso, ele gerencia um perfil de sorteios com prêmios que vão de celulares a carros, que está sob investigação conjunta do MP e Polícia Civil, que pediram a suspensão da empresa responsável por irregularidades.
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Denúncias e repercussão
O youtuber Felca, com mais de 4 milhões de inscritos, denunciou Hytalo em vídeo recente, mostrando cenas dos vídeos com menores, incluindo a jovem Kamyla Santos, exposta desde os 12 anos até os 17, com conteúdo de cunho sexualizado.
Felca critica a “adultização precoce” e os riscos para os adolescentes, alertando sobre a influência desses vídeos em jovens e adultos que os assistem — incluindo públicos com intenções problemáticas.
Irregularidades apontadas
- Exposição de menores em contexto sexualizado para lucro
- Exploração de trabalho infantil
- Riscos psicológicos e aliciamento digital
- Violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
- Falta de controle para impedir menores em jogos de aposta
O Ministério Público da Paraíba e a Polícia Civil recomendam a suspensão da empresa e alertam para consequências criminais caso as irregularidades não cessem.