O Nepal viveu um dos momentos mais turbulentos de sua história recente. Após semanas de manifestações lideradas por jovens e uma repressão que deixou pelo menos 19 mortos e centenas de feridos, o premiê KP Sharma Oli anunciou sua renúncia nesta terça-feira (9).
A onda de protestos foi puxada principalmente pela Geração Z (13 a 28 anos), que saiu às ruas contra a corrupção, a falta de empregos e, principalmente, a polêmica decisão do governo de bloquear redes sociais como Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e X.
🔻 Por que os jovens foram às ruas?
- A taxa de desemprego entre jovens (15 a 24 anos) bateu 20,8% em 2024.
- A economia depende fortemente das remessas enviadas por nepaleses no exterior (mais de 30% do PIB).
- Um movimento online contra os “Nepo Kids” — filhos de políticos ostentando riqueza — viralizou, escancarando desigualdades.
- E o estopim: o governo bloqueou 26 plataformas digitais alegando combate a fake news, o que foi visto como censura.
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📌 Como os protestos ficaram violentos?
A repressão pegou pesado: a polícia usou munição real, gás lacrimogêneo e canhões de água. Só em Katmandu, 17 pessoas morreram em confrontos. Manifestantes queimaram guaritas, viaturas e até uma ambulância, desafiando toque de recolher.
Organizações como a ONU e a Anistia Internacional denunciaram o “uso desnecessário” de força letal.

📉 Crise política total
Além de Oli, vários ministros já tinham entregado os cargos após o massacre — entre eles o do Interior, Agricultura, Saúde e Água. Diante da pressão interna e internacional, o premiê não resistiu.
Antes de sair, ele disse que “não era contra as demandas da Geração Z” e culpou “grupos infiltrados” pela violência, sem dar nomes.
📢 O que vem agora?
Com a renúncia, o Nepal mergulha em mais uma crise política — o país já teve mais de uma dúzia de governos desde 2008, quando aboliu sua monarquia. O desafio agora é acalmar os jovens e reconstruir a confiança em um sistema político que parece não entregar futuro para sua geração.