A semana promete ser decisiva em Brasília. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (9) o julgamento que pode levar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados a penas que ultrapassam 30 anos de prisão.
O processo analisa a participação do grupo no chamado “núcleo 1 da trama golpista”, que teria articulado desde a famosa “minuta do golpe” até planos de sequestro e assassinato de figuras centrais do país, como o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
🔎 Quem está no banco dos réus?
Além de Bolsonaro, respondem ao processo:
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Walter Braga Netto (ex-ministro e candidato a vice em 2022)
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
⚖️ Como será a votação?
O julgamento será aberto às 9h pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da turma. Na sequência, o relator Alexandre de Moraes dará o primeiro voto — e caberá a ele decidir se questões preliminares levantadas pelas defesas (como nulidades da delação de Mauro Cid e alegações de cerceamento) serão resolvidas antes ou junto do mérito.
Depois, votam os ministros:
- Flávio Dino
- Luiz Fux
- Cármen Lúcia
- Cristiano Zanin
Basta 3 votos para definir condenação ou absolvição.
🚨 Prisão imediata?
Mesmo que condenados, Bolsonaro e os aliados não serão presos de imediato. A execução da pena depende da análise de recursos — e pode se arrastar. Entre as estratégias possíveis estão os embargos de declaração (para questionar omissões ou contradições no acórdão) e pedidos de revisão no plenário.
Um detalhe importante: se o placar for 4×1, os réus ganham direito a um recurso extra para tentar evitar a prisão. Já para que o caso vá ao plenário do STF, seriam necessários dois votos pela absolvição (3×2).
👉 Esse julgamento não é só sobre o futuro político de Bolsonaro, mas também sobre como a democracia brasileira vai lidar com as tentativas de golpe após as eleições de 2022 e os atos de 8 de janeiro de 2023.