A Uber anunciou mudanças pesadas nas categorias Comfort e Black para 2026 — e muita gente que vive do volante já sente o impacto no bolso. A empresa vai aumentar as exigências de ano e modelo dos carros, o que deve excluir dezenas de motoristas das categorias mais rentáveis da plataforma.
A ideia da Uber, segundo o comunicado oficial, é “garantir conforto e experiência premium” aos passageiros. Mas, do outro lado do app, os motoristas enxergam falta de diálogo e empatia.
💸 O que muda
A partir de janeiro de 2026, vários carros vão sair do sistema — mesmo os mais novos. Na categoria Black, modelos como Renault Kardian, Citroën Basalt e Chery Tiggo 3X não poderão mais rodar, independente do ano de fabricação.
Além disso, veículos como o Volkswagen Virtus, por exemplo, só serão aceitos se forem de 2025 ou 2026.
Na categoria Comfort, o corte também é grande: Renault Logan, Etios Sedan e Prisma só poderão circular se forem de 2019 pra frente — e o Logan será banido de vez em julho de 2026.
As mudanças atingem motoristas de grandes cidades como Rio, São Paulo, Recife, Curitiba, Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte.
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💬 “Essas mudanças nos deixam sem chão”
Para Michelle Guerra, 43 anos, motorista e criadora da página Guerra no Volante, o sentimento é de frustração.
“Comprei um Logan só pra entrar na categoria Comfort. Agora descobri que ele vai sair da lista. Cada mudança dessas é um novo investimento e mais dívida. A Uber não parece se importar com nossos gastos nem com o impacto que isso traz”, desabafa.
O Douglas Silva, 33, de Belford Roxo, também se diz desesperado. Ele comprou um Citroën Basalt para rodar no Black e já pagou R$ 30 mil de entrada, com parcelas que somam mais R$ 120 mil.
“Investi acreditando que teria estabilidade. Agora o carro será excluído. Trocar de veículo não é opção.”
Já Marcelo Braga, 62, motorista de Niterói, resume o sentimento de muitos:
“Pra Uber, nós somos apenas números. Eles querem frota nova, mas esquecem que somos nós que movemos a plataforma.”
📊 Especialista alerta: “Falta proteção para quem dirige”
O economista Luiz Gustavo Neves, da fintech GigU, avalia que essas plataformas deveriam garantir mais segurança e estabilidade aos motoristas:
“A flexibilidade é atraente, mas vem sem proteção trabalhista. É preciso equilíbrio entre inovação e proteção ao trabalhador.”
🚘 O que diz a Uber
A empresa afirma que as novas regras buscam aprimorar a experiência de motoristas e passageiros, com base em pesquisas e dados de mercado. O Sindmobi, sindicato que representa os motoristas de app no Rio, ainda não se pronunciou.
⚠️ No volante, a revolta cresce:
As redes já estão cheias de desabafos e vídeos de motoristas questionando as novas regras.
“Enquanto a Uber foca no luxo, quem sustenta o sistema fica pra trás”, disse um comentário em um grupo de motoristas no WhatsApp.
🎯 No fim das contas: a Uber quer carros mais novos, mas os motoristas pedem respeito, previsibilidade e diálogo. A modernização da frota pode ser um avanço — mas, pra quem depende do volante, pode significar mais dívidas e menos oportunidades.




