O presidente russo, Vladimir Putin, voltou a elevar a tensão ao afirmar que a Rússia irá assumir o controle total de Donbas — pela força, se necessário. A declaração foi publicada na quinta-feira (3) em entrevista ao India Today, antes de sua viagem a Nova Délhi.
Segundo Putin, só há duas possibilidades:
“Ou libertamos esses territórios pela força das armas, ou as tropas ucranianas deixam esses territórios”, disse ele, reforçando que Moscou não pretende recuar.
Kiev rejeita completamente a ideia
A Ucrânia reagiu imediatamente. O presidente Volodymyr Zelensky voltou a dizer que o país não entregará território que a Rússia não conseguiu conquistar em batalha. Para Kiev, aceitar a exigência significaria premiar Moscou por iniciar a guerra.
Hoje, a Rússia controla cerca de 19,2% do território ucraniano, incluindo toda a região de Luhansk, mais de 80% de Donetsk e partes de Kherson, Zaporizhzhia e outras províncias. Mesmo assim, cerca de 5.000 km² de Donetsk seguem sob domínio ucraniano.
Conversas com os EUA avançam
Em paralelo às declarações, Moscou mantém conversas com os Estados Unidos sobre um possível esboço de acordo de paz. Segundo Putin, algumas propostas americanas já foram aceitas pela Rússia — ideias que ele teria discutido diretamente com Donald Trump durante um encontro no Alasca, em agosto.
A reunião de Putin com os enviados dos EUA, Steve Witkoff e Jared Kushner, foi classificada como “muito útil” pela imprensa estatal russa.
Apesar das negociações, Moscou insiste que um acordo só será possível se Washington aceitar “informalmente” que toda a região de Donbas deve ficar sob controle russo.
