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quarta-feira, dezembro 3, 2025

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Delegado classifica caso da mulher arrastada em SP como tentativa de feminicídio com crueldade

O delegado Fernando Barbosa Bossa, da Polícia Civil de São Paulo, afirmou na segunda-feira (1º) que o caso da mulher atropelada e arrastada na zona norte da capital é uma tentativa de feminicídio marcada por crueldade extrema e impossibilidade de defesa da vítima.

O crime aconteceu no sábado (29). Douglas Alves da Silva, 26 anos, atropelou e arrastou Tainara Souza Santos, 31, por cerca de um quilômetro, deixando a vítima presa sob o carro. Ela teve as pernas mutiladas e está internada no Hospital Municipal Vereador José Storopolli. Por sigilo médico, o hospital não informou o estado de saúde.

Douglas foi preso na noite de domingo (30). Segundo a investigação, ele não aceitava o fim do relacionamento breve que manteve com a vítima.

“Foi motivado pela não aceitação do término, essa sensação de posse, em total desprezo à condição de gênero e de mulher. Uma verdadeira tentativa de feminicídio”, afirmou o delegado.

Como foi o crime, segundo a polícia

Momentos antes, Douglas e Tainara discutiram em um bar. Ele saiu do local, entrou no carro com um amigo e acelerou em direção à vítima:

  • Tainara foi atropelada e ficou presa sob o veículo.
  • Douglas puxou o freio de mão e fez movimentos para frente e para trás, aumentando os ferimentos.
  • O amigo que estava no banco do passageiro tentou impedir, mas não conseguiu.
  • O agressor arrancou com o carro e só parou após ser contido pelo amigo, depois de arrastar a vítima por cerca de 1 km.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do atropelamento. Douglas deve passar por audiência de custódia.

Violência contra mulheres em SP

O caso reacende o alerta sobre a escalada de violência contra mulheres no estado. Só em 2025:

  • 207 mulheres foram vítimas de feminicídio
  • 22 feminicídios ocorreram apenas em outubro
  • 5.838 mulheres sofreram lesão corporal

Para a advogada Luciane Mezarobba, que atua exclusivamente com atendimento a mulheres, o cenário é reflexo de fatores estruturais:

  • cultura patriarcal
  • desigualdade histórica
  • sensação de impunidade
  • proximidade entre agressor e vítima, que reduz a percepção de risco

Ela reforça que muitos casos são precedidos por agressões menores, que vão escalando com o tempo.

Por que tantas vítimas não conseguem denunciar?

Segundo Mezarobba, a subnotificação continua sendo um dos maiores obstáculos:

  • medo do agressor
  • dependência financeira
  • falta de acolhimento
  • desgaste emocional
  • ausência de rede de apoio

Além disso, muitas mulheres ainda enfrentam a revitimização — quando são julgadas pelo que vestem, pela vida pessoal ou por terem buscado ajuda.

O que fazer em casos de agressão?

A orientação é:

  1. Buscar segurança imediatamente, longe do agressor.
  2. Acionar a rede de apoio.
  3. Registrar ocorrência — de preferência na Delegacia de Defesa da Mulher.
  4. Solicitar medidas protetivas, como afastamento imediato do agressor.
  5. Registrar novos boletins em caso de reincidência.
  6. Garantir direitos previstos na Lei Maria da Penha, como:
  • atendimento médico e IML
  • transporte e abrigo seguro
  • acompanhamento para retirada de pertences
  1. Buscar indenização por danos morais e materiais, com advogado ou Defensoria Pública.

“Precisamos urgentemente ouvir as mulheres e iluminar situações que não podem ser normalizadas”, reforça a advogada.

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