Após a megaoperação policial que deixou mais de 60 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, o debate sobre a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) voltou ao centro das discussões nesta terça-feira (28).
A ação mobilizou cerca de 2.500 agentes e foi classificada como a mais letal da história do estado, reacendendo o debate sobre o papel do Exército em situações de crise. Mas afinal… o que é a GLO?
⚖️ O que é a GLO?
A Garantia da Lei e da Ordem só pode ser decretada pelo presidente da República — e serve para permitir o uso das Forças Armadas em apoio à segurança pública, quando há grave perturbação da ordem e as polícias locais não conseguem controlar a situação.
Em resumo: é quando o governo autoriza Exército, Marinha e Aeronáutica a atuarem nas ruas para proteger a população e garantir o funcionamento de serviços e instituições.
🪖 Quando ela foi usada pela última vez?
A última GLO no Rio aconteceu em novembro do ano passado, durante a Cúpula do G20. Antes disso, em 2023, a medida foi aplicada nos portos do Rio e de Itaguaí, além do Aeroporto Internacional do Galeão, para conter o avanço do crime organizado.
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🚫 Governo descarta nova GLO no momento
Mesmo com o cenário de caos e violência, o Palácio do Planalto descartou decretar uma GLO agora.
O motivo, segundo fontes oficiais, é que a medida só deve ser adotada em último caso, e o governo federal acredita que as forças estaduais ainda têm controle da situação.
Além disso, um parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), emitido em fevereiro, já havia estabelecido limites para o uso das Forças Armadas em ações de segurança pública.
No documento, a AGU afirmou que pedidos como o do governador Cláudio Castro, que solicitou o uso de blindados do Exército, não se enquadram nas hipóteses de GLO.
💬 O que diz o governo do Rio?
O governador Cláudio Castro afirmou que o estado vem tentando negociar apoio das Forças Armadas desde o início do ano — mas todos os pedidos foram negados.
Segundo ele, o Rio “está sozinho” no combate ao crime organizado e precisa de uma maior integração com o governo federal.
🔫 O saldo da megaoperação
Até o momento, a operação conjunta das Polícias Civil e Militar deixou 64 mortos, sendo 60 suspeitos e quatro policiais (dois civis e dois do Bope).
Outros 81 suspeitos foram presos e 75 fuzis apreendidos.
Segundo o governador, a ação foi resultado de um ano de investigações contra o Comando Vermelho, com planejamento de 60 dias e participação do Ministério Público.
Mesmo assim, moradores denunciam tiroteios intensos, vítimas de bala perdida e medo generalizado nas comunidades da Penha e do Alemão.
🧩 Entenda o que está em jogo
O caso reacende a discussão sobre segurança pública, controle do território e limites da força policial.
Enquanto o governo do estado cobra mais apoio federal, o Planalto tenta equilibrar a resposta à violência com o respeito aos direitos humanos e às decisões do STF — que, desde a ADPF das Favelas, restringe operações policiais em comunidades.
📍Por Jovem na Mídia
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