As investigações que motivaram a megaoperação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, realizada na terça (28), revelam um esquema chocante dentro das comunidades dominadas pelo Comando Vermelho (CV).
De acordo com informações obtidas pelo g1, os líderes da facção usavam grupos de aplicativos de mensagem para se comunicar, repassar ordens e até divulgar vídeos de castigos aplicados a moradores — que iam desde agressões até execuções.
Grupos de mensagens viram “painel do terror”
Segundo a investigação, integrantes do CV criaram grupos onde circulavam listas de punições, definindo o que aconteceria com quem “desrespeitasse as regras” das comunidades da Penha e do Alemão, na Zona Norte.
Os registros mostram que as ordens vinham diretamente de nomes de peso do tráfico — como Juan Brenos Ramos, o BMW, apontado como responsável por aplicar e transmitir as torturas, e Carlos Costa Neves, o Gardenal, que participava das chamadas de vídeo durante as ações.
Em um dos vídeos mais brutais, um homem aparece algemado, amordaçado e arrastado pelas ruas por sete minutos, enquanto é obrigado a citar nomes de rivais. O paradeiro da vítima segue desconhecido.
“Castigos com gelo” e controle até em bailes funk
As mensagens interceptadas mostram que o CV também impõe punições “disciplinadoras” em festas de comunidade. Para evitar brigas em bailes funk, os criminosos teriam adotado uma nova forma de tortura: submeter os envolvidos a banhos de gelo.
Uma das imagens mostra uma mulher coberta de gelo com a legenda insinuando que essa seria uma forma “menos violenta” de castigo — uma tentativa da facção de mascarar o controle violento que mantém sobre os moradores.
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Facção usava apps para escalar segurança e escoltar chefes
Além de torturas, os grupos também eram usados para organizar a segurança dos pontos de venda de drogas e escolher os homens armados que fariam a escolta dos chefes em determinados dias.
As conversas mencionam ainda o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca, investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento no assassinato de três médicos na Barra da Tijuca em 2023.
A Polícia Civil segue analisando os dados obtidos nos celulares apreendidos durante a operação. O material deve ajudar a traçar a estrutura interna do CV e a identificar os responsáveis pelas execuções e pelas ordens de tortura.
💬 O crime se digitalizou — e o terror agora também é transmitido por mensagens.
A investigação mostra como a tecnologia virou uma arma nas mãos do tráfico.
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