A novela do golpe de Estado chegou a um novo capítulo decisivo: a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete aliados de alto escalão por tentativa de golpe, formação de organização criminosa armada e outros crimes graves. Se forem condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
O pedido foi feito na noite de segunda (14), quase à meia-noite, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). O documento de 517 páginas marca a fase final antes do julgamento, previsto para setembro deste ano.
⚖️ Quem são os 8 acusados pela PGR?
Além de Bolsonaro, o pedido de condenação atinge nomes de peso da gestão anterior:
- Walter Braga Netto – general e ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022
- General Augusto Heleno – ex-ministro do GSI
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da ABIN
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do DF
- Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
- Paulo Sérgio Nogueira – general e ex-ministro da Defesa
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens e hoje delator da PF
📌 Cid, que colaborou com as investigações, deve ter a pena suspensa por conta do acordo de delação premiada.
🔥 O que diz a PGR?
O procurador-geral Paulo Gonet foi direto ao ponto: Bolsonaro seria o “líder da organização criminosa” e principal beneficiário de um plano que tentava derrubar o resultado das eleições de 2022.
Segundo Gonet, o ex-presidente usou toda a máquina do Estado para tentar sabotar a democracia. Ele teria contado com o apoio de setores estratégicos das Forças Armadas e ministros de confiança para:
- Espalhar fake news sobre o processo eleitoral
- Gerar instabilidade social
- Articular medidas autoritárias para se manter no poder
🗣️ “Mobilizou agentes, recursos e estruturas estatais à revelia do interesse público”, escreveu Gonet, afirmando que Bolsonaro atuou num “esquema persistente de ataque às instituições”.
⏱️ O que acontece agora?
Com a manifestação da PGR entregue, a defesa de Mauro Cid tem 15 dias para apresentar suas alegações finais.
Depois, será a vez dos demais acusados. Só após isso o STF marcará a data do julgamento, que deve rolar ainda em setembro, na Primeira Turma da Corte.
Nos bastidores do Supremo, o clima é de tensão — o caso é histórico e pode ter grandes impactos políticos e institucionais para o Brasil.
Siga o Jovem na Mídia nas redes sociais do Instagram e Facebook para não perder nada!
🧠 Por que isso importa?
Esse processo é um dos mais graves da história democrática recente do Brasil. Ele coloca em julgamento um ex-presidente e membros do alto comando do governo e das Forças Armadas por tentativa de ruptura institucional.
Se forem condenados, pode ser o primeiro caso da história do país em que um ex-presidente é punido judicialmente por tentar dar um golpe de Estado.