Um marco histórico foi celebrado no estado do Rio de Janeiro: a primeira turma de magistério indígena foi formada oficialmente! Ao todo, 16 estudantes Guarani Mbyá do Colégio Indígena Estadual Karai Kuery Renda, localizado na aldeia Sapukai, em Angra dos Reis, agora estão certificados para dar aula — e com um diferencial potente: ensinar com base em seus saberes ancestrais.
📚 Educação que respeita a cultura
Essa conquista só foi possível graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado de Educação do Rio (Seeduc-RJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF), que juntas construíram um curso voltado para a realidade indígena. Enquanto a secretaria trouxe a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a UFF assumiu a parte técnico-pedagógica, respeitando as especificidades culturais do povo Guarani Mbyá.
“Estamos vivendo uma reparação histórica. Os povos originários merecem respeito, e seus direitos constitucionais devem ser preservados”, destacou o diretor da escola indígena, Domingos Júnior.
🗣️ Aprendizado bilíngue: português e guarani mbyá
Além de aprenderem as competências do magistério regular, os formandos também foram preparados para ensinar em suas línguas nativas, valorizando e fortalecendo o bilinguismo na educação escolar indígena. Agora, eles podem atuar como educadores tanto em sua própria comunidade quanto em outras escolas da rede pública.
“É uma oportunidade de os indígenas serem escolarizados pelos seus pares. A formação garante que a cultura e os saberes tradicionais sigam vivos por gerações”, reforça Tânia Borges, diretora regional pedagógica da Sul Fluminense.
🎉 Uma cerimônia cheia de identidade
A formatura foi mais que um evento educativo: foi um momento de celebração cultural e resistência. A cerimônia contou com:
- Cânticos sagrados Guarani
- Apresentações de capoeira
- Roda de conversa sobre educação escolar indígena
- Entrega oficial dos certificados
“Esse é o maior colégio indígena do estado. Estamos orgulhosos com esse passo na construção de uma educação mais diversa e inclusiva”, afirmou a secretária de Educação do estado, Roberta Barreto.
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📌 Por que isso importa?
Essa é uma vitória coletiva dos povos originários e um exemplo concreto de como políticas públicas bem planejadas podem transformar realidades. Valorizar a educação indígena é garantir autonomia, protagonismo e respeito às culturas que formam a base do Brasil.