O Brasil se despediu no sábado (30) de um dos maiores nomes da nossa literatura. Luís Fernando Verissimo morreu em Porto Alegre, aos 88 anos, por complicações de uma pneumonia. Ele estava internado desde 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento e, mesmo com todo o cuidado médico, não resistiu.
Verissimo deixa para trás não só uma vasta obra, mas também um jeito único de olhar para a vida — com humor, ironia e uma delicadeza rara.
O homem que fez a gente rir de nós mesmos
Filho do também escritor Érico Verissimo, Luís Fernando cresceu entre livros e histórias, mas construiu um caminho só dele. Escreveu mais de 70 obras, entre crônicas, romances, HQs e livros infantojuvenis, que juntas venderam milhões de exemplares.
Suas páginas deram vida a personagens inesquecíveis: a Velhinha de Taubaté, que satirizava a ditadura; o malandro detetive Ed Mort; e as Cobras, ícones de tirinhas brasileiras. Entre seus maiores sucessos, estão O Analista de Bagé, A Comédia da Vida Privada, Toda Crônica e Comédias para se Ler na Escola.
Verissimo tinha uma habilidade rara: conseguia transformar situações banais em grandes reflexões — sempre com aquele humor refinado que fazia o leitor rir, mas também pensar.
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Muito além das páginas
Sua escrita não se limitava às letras. Verissimo carregava paixões que se misturavam às suas crônicas: o jazz, a gastronomia, as viagens e, claro, o futebol — paixão herdada da vida em Porto Alegre. Tudo isso virava combustível para seu olhar criativo, que encontrava beleza até no trivial.
Era esse jeito simples e sofisticado ao mesmo tempo que fazia com que seus textos atravessassem gerações, permanecendo atuais mesmo décadas depois.
Família e legado
Casado desde 1964 com Lúcia Helena Massa, Verissimo deixa três filhos: Pedro, Fernanda e Mariana. Sua partida marca o fim de uma era, mas também confirma algo que seus leitores sempre souberam: Luis Fernando Verissimo não morre — ele ecoa nas estantes, nos jornais antigos e, principalmente, em cada sorriso que suas crônicas ainda arrancam.
O velório acontece neste sábado, do meio-dia às 18h, no Salão Nobre Júlio de Castilhos, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Luís Fernando Verissimo foi mais que escritor. Ele foi cronista do nosso jeito de ser, espelho das nossas contradições e mestre em mostrar que a vida, mesmo nos detalhes mais simples, pode ser extraordinária