A manhã desta quarta-feira (29) começou com cenas de forte comoção na Penha, Zona Norte do Rio. Moradores levaram mais de 50 corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, após a megaoperação policial que já é considerada a mais letal da história do estado.
Segundo relatos, ainda há outros corpos em áreas de mata na região da Vacaria, na Serra da Misericórdia — onde ocorreram os principais confrontos entre policiais e traficantes.
As imagens, registradas por equipes de imprensa, mostram corpos enfileirados sob uma lona, muitos com marcas de tiros no peito e no abdômen. O transporte está sendo feito pelos próprios moradores, em caminhonetes e carros particulares.
Em meio ao desespero, familiares choram, reconhecem os corpos e fazem orações. Um padre chegou a rezar ao lado da população.
De acordo com o balanço oficial divulgado pelo governo do estado, 64 pessoas morreram na operação — 60 suspeitos e quatro policiais. Ainda não há confirmação se os corpos levados à praça estão incluídos nessa contagem ou se o número total de vítimas pode ultrapassar 100 mortos.

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A Polícia Civil informou que o atendimento às famílias está sendo feito no prédio do Detran ao lado do Instituto Médico Legal (IML), com prioridade para os casos ligados à operação. As necropsias de outros casos foram transferidas para o IML de Niterói.
A megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha mobilizou mais de 2,5 mil agentes, prendeu 81 suspeitos e apreendeu 93 fuzis. Segundo o governo, foi a maior ação conjunta das forças de segurança dos últimos 15 anos.
Com 64 mortos confirmados até o momento, a Operação Contenção ultrapassa o número de vítimas das ações no Jacarezinho (2021) e na Vila Cruzeiro (2022), tornando-se o episódio mais letal da história do Rio de Janeiro.



