A segurança em Chernobyl voltou ao centro das atenções internacionais. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que o escudo protetor construído para isolar os resíduos radioativos do desastre nuclear de 1986 já não consegue cumprir sua função totalmente — consequência direta de um ataque de drone registrado em fevereiro deste ano.
Segundo a AIEA, o Novo Confinamento Seguro (NSC), uma gigantesca estrutura de aço instalada há poucos anos, foi “severamente danificado”, comprometendo sua capacidade de confinamento do material radioativo ainda presente no local.
Ataque comprometeu revestimento protetor
A Ucrânia acusa a Rússia de ser responsável pelo ataque de 14 de fevereiro, o que Moscou nega. A explosão atingiu o escudo externo, provocou um incêndio e danificou o revestimento que protege o reator nº 4 — o mesmo que explodiu em 1986 e marcou o pior desastre nuclear da história.
Esse dano levou a AIEA a recomendar uma reforma completa e urgente da estrutura, que havia sido projetada para durar 100 anos e garantir operações seguras de descontaminação no local.
Apesar do impacto, a agência afirma que as estruturas de sustentação e os sistemas de monitoramento não sofreram danos permanentes, e que equipes técnicas já realizaram reparos temporários no teto.
O que está em jogo
A AIEA alertou que a restauração total é essencial para evitar a degradação da estrutura e possíveis riscos à segurança nuclear. A entidade mantém presença permanente em Chernobyl e prometeu continuar apoiando os trabalhos.
Essa não é a primeira vez que o local se torna alvo durante a guerra. No início da invasão russa em 2022, tropas de Moscou ocuparam a usina e mantiveram funcionários como reféns por semanas, até abandonarem a área.
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A maior estrutura móvel do mundo
Construído entre 2010 e 2019, o NSC é o maior hangar móvel terrestre já feito, financiado por mais de 45 países e organizações, com custo de €2,1 bilhões. A obra foi celebrada como uma das maiores cooperações internacionais em segurança nuclear.
O objetivo: conter o material radioativo do reator destruído, impedir sua dispersão e permitir o avanço de operações de limpeza que ainda devem durar décadas.
Um desastre que deixou marcas para sempre
A explosão de 26 de abril de 1986, na então União Soviética, liberou uma nuvem radioativa que atingiu Ucrânia, Belarus, Rússia e parte da Europa. Mais de 30 pessoas morreram nos primeiros dias, e milhares seguem afetadas até hoje, com taxas elevadas de câncer e malformações nas regiões mais expostas.




