Barulho, estouros e vibração no ar: para muita gente, isso é sinônimo de festa. Mas, para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a queima de fogos pode virar um gatilho sério de crise sensorial, com efeitos que vão além da meia-noite.
Especialistas explicam que pessoas autistas costumam ter hipersensibilidade auditiva. Sons altos e repetitivos podem gerar ansiedade intensa, desorganização emocional, vontade de fugir do ambiente e até comportamentos agressivos contra si mesmas ou contra quem está por perto. Em alguns casos, o impacto se estende por dias, afetando o sono e a rotina.
Segundo neurologistas e neuropediatras, o cérebro da pessoa com TEA não interpreta o barulho como celebração. Pelo contrário: o estímulo é percebido como ameaça. O corpo reage com descarga de adrenalina, aceleração dos batimentos cardíacos e aumento da pressão, como se estivesse em uma situação de perigo real.
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👵👶 Idosos e bebês também sofrem
Os efeitos não atingem apenas pessoas com autismo. Idosos, especialmente os que têm demência, podem apresentar confusão mental, delírios e alterações no sono. Já os bebês, que precisam de longos períodos de descanso, acabam tendo o sono interrompido por horas de ruído contínuo.
✨ Existem alternativas
Fogos sem estampido, shows de luzes e apresentações com drones já são realidade em várias cidades e mantêm o clima de celebração sem causar sofrimento. Para especialistas em saúde mental, insistir em fogos barulhentos quando já existem opções mais inclusivas é uma escolha que precisa ser repensada.
A empatia, segundo os profissionais, é o ponto central dessa discussão. Celebrar o Ano Novo não deveria significar excluir parte da população — nem transformar a alegria de uns no sofrimento de outros.



