O governador Cláudio Castro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciaram na noite desta quarta-feira (29) uma cooperação entre o governo federal e o estado do Rio de Janeiro para enfrentar o avanço do crime organizado, após a megaoperação que deixou mais de 100 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio.
Durante entrevista coletiva, Castro defendeu a união de esforços e afirmou que a tragédia pode ser um ponto de virada na segurança pública do estado:
“Independente de erros ou acertos, saímos daqui hoje com uma grande oportunidade”, disse o governador.
🚨 Escritório Emergencial e força-tarefa federal
O ministro Ricardo Lewandowski explicou que será criado um Escritório Emergencial de Segurança Pública, em parceria com a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O objetivo é agilizar decisões, reforçar a inteligência e coordenar ações conjuntas entre as forças estaduais e federais.
Segundo ele, a estrutura não será permanente, mas vai funcionar enquanto durar a crise de segurança no Rio.

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“Estamos com o mesmo objetivo: proteger vidas, combater o crime e restaurar a ordem pública”, declarou Lewandowski.
⚔️ A operação que chocou o país
A ação policial, batizada de Operação Contenção, mobilizou cerca de 2,5 mil agentes e foi considerada a maior e mais letal da história do estado.
O balanço atualizado aponta 119 mortos, 113 presos (sendo 33 de outros estados) e 10 menores apreendidos.
As forças de segurança também apreenderam 118 armas, incluindo 91 fuzis, além de explosivos e drogas.

De acordo com o governo, o objetivo era frear a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e capturar lideranças criminosas que atuam dentro e fora do Rio — com destaque para grupos que teriam se refugiado no estado após fugirem de operações no Pará.

💔 Corpos espalhados e dor nas comunidades
No dia seguinte à operação, moradores do Complexo da Penha levaram dezenas de corpos à Praça São Lucas.
Relatos de líderes comunitários, como o ativista Raull Santiago, descrevem um cenário de desespero e medo:
“Em 36 anos de favela, nunca vi nada parecido. É algo brutal e violento num nível desconhecido”, contou.
Famílias seguem em busca de desaparecidos e ainda há dúvidas se o número oficial de vítimas pode ser ainda maior.




