A manhã desta sexta-feira (14) começou diferente no Parque da Cidade, em Belém (PA), onde a COP30 segue em andamento. Depois de receber uma carta oficial da ONU apontando falhas de segurança na estrutura da conferência, o Brasil teve de entrar em ação — e rápido.
O documento, enviado ao presidente da COP30, ao governo federal e ao governo do Pará, cobrava medidas imediatas e listava problemas como portões frágeis, falta de trancas, ausência de agentes em pontos estratégicos e número insuficiente de profissionais de segurança na chamada Zona Azul, área mais sensível da conferência.
🚧 Perímetro repaginado e policiamento reforçado
Logo cedo, quem chegava ao local já percebia a mudança.
A Avenida Duque de Caxias, perto da Doutor Freitas, ganhou novos bloqueios e gradis para conter grandes concentrações de pessoas. O trajeto de acesso ao hangar também foi reorganizado, com novas barreiras físicas e prolongamento das cercas.
Além dos militares do Exército — que agora também fazem plantão dentro dos portões — uma viatura da Polícia Militar do Pará passou a ficar posicionada na entrada. A movimentação começou ainda antes do amanhecer.
A segurança privada contratada para o evento também aumentou a presença no controle de acesso, assim como agentes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República.
📄 O que a ONU cobrou
A carta, assinada por Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, foi direta ao ponto. Entre os problemas citados estavam:
- “Falha das autoridades de segurança em se posicionar nos pontos de entrada, saída e locais vulneráveis da Zona Azul.”
- “Fragilidade do perímetro de segurança física, incluindo portas e portões de má qualidade que não puderam ser trancados.”
- Falta do efetivo de segurança acordado previamente com a ONU.
Depois do alerta, o reforço foi imediato.
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🪶 Indígenas protestam do lado de fora do evento
Por volta das 5h, enquanto o novo esquema era colocado à prova, um grupo de indígenas realizou um protesto pacífico próximo ao hangar onde acontecem as negociações climáticas.
Eles carregavam faixas com mensagens como:
“A nossa floresta não está à venda” e
“Território indígena Munduruku é sagrado”.
A líder Alessandra Munduruku cobrou diálogo com autoridades e criticou a falta de participação dos povos indígenas nas decisões:
“Estamos aqui há cinco dias esperando que alguém nos ouça. As negociações acontecem de portas fechadas e nunca querem nos ouvir. Queremos nossas terras demarcadas e que não haja petróleo que prejudique os povos indígenas.”
O grupo queria falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Brasília.
🛑 Operação de contenção: portões fechados e pavilhão evacuado
Assim que o protesto chegou ao portão do hangar, o novo esquema de segurança foi acionado:
- Tropas do Exército,
- equipes da Força Nacional,
- e agentes da Polícia Federal
se posicionaram dentro do perímetro.
Do lado de fora, o Batalhão de Choque da PM estava pronto para conter qualquer avanço.
Dentro do pavilhão onde ficam os estandes dos países, a ordem foi evacuar imediatamente. Bombeiros civis e seguranças esvaziaram o espaço e permaneceram alinhados na área até a situação ser normalizada.
A ação durou pouco mais de uma hora.
Às 6h45, o acesso ao evento foi liberado e as atividades voltaram ao normal.




