Delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia devem se reunir neste fim de semana em Berlim para discutir um possível cessar-fogo na guerra contra a Rússia, em um movimento que antecede uma cúpula estratégica com líderes europeus e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, marcada para segunda-feira (15).
A informação foi confirmada por uma fonte do governo alemão neste sábado (13). As conversas ocorrem em um momento de forte pressão diplomática e podem indicar uma reabertura real das negociações de paz, após meses de impasse no conflito que já dura mais de três anos.
Enviado de Trump participa das negociações
Do lado norte-americano, participam das conversas o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, que lidera as negociações dos EUA sobre o conflito, além de Jared Kushner, genro do presidente. A presença de Witkoff é vista como um sinal claro de que Washington acredita haver margem para avanços concretos.
Na quinta-feira (11), a Casa Branca havia afirmado que só enviaria representantes caso enxergasse progresso possível nas tratativas — o que reforça o peso político do encontro em Berlim.
“Estão ocorrendo neste fim de semana negociações entre assessores de política externa dos Estados Unidos e da Ucrânia sobre um possível cessar-fogo”, confirmou a fonte alemã.
Europa tenta ajustar plano de paz
As conversas acontecem às vésperas da cúpula em Berlim, que reunirá o chanceler alemão Friedrich Merz, Zelensky e líderes de outros países europeus. O encontro é mais uma demonstração pública de apoio à Ucrânia, especialmente em um momento em que Kiev enfrenta pressões diretas dos EUA para aceitar concessões difíceis.
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Nos bastidores, Alemanha, França e Reino Unido trabalham para reformular a proposta de paz apresentada por Washington no mês passado. O rascunho inicial causou desconforto ao sugerir que a Ucrânia deveria:
- ceder mais territórios à Rússia;
- abandonar a ambição de entrar na Otan;
- aceitar limites permanentes às suas forças armadas.
Esses pontos são considerados sensíveis por Kiev e por parte dos aliados europeus, que buscam amenizar as exigências e evitar um acordo visto como derrota estratégica para a Ucrânia.
Clima de tensão e expectativa
Embora ainda não haja garantias de avanço, o simples fato de as reuniões ocorrerem antes da cúpula já eleva a expectativa internacional. Analistas avaliam que Berlim pode se tornar o principal palco diplomático do conflito em 2025, especialmente se houver alinhamento mínimo entre EUA, Ucrânia e Europa.
O desfecho dessas conversas pode influenciar diretamente os próximos passos da guerra — seja abrindo caminho para uma trégua, seja aprofundando divisões entre aliados.




