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sexta-feira, novembro 14, 2025

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Gestantes em áreas vulneráveis enfrentam risco até 68% maior de perder o bebê, revela estudo

Uma pesquisa inédita acendeu um alerta sobre a desigualdade no Brasil: gestantes que vivem em municípios mais vulneráveis têm até 68% mais chances de sofrer natimortalidade — quando o bebê morre durante a gestação (após a 20ª semana) ou no parto.

O estudo foi conduzido por uma parceria entre a Fiocruz, a London School of Hygiene and Tropical Medicine, a USP e a Western University (Canadá), analisando quase duas décadas de registros oficiais do Ministério da Saúde, de 2000 a 2018.

📉 Avanço geral, mas não para todo mundo

Os pesquisadores cruzaram dados de nascimentos com o Índice Brasileiro de Privação, que classifica os municípios de acordo com renda, escolaridade e condições de moradia.

O resultado: enquanto cidades com melhores condições socioeconômicas registraram queda consistente na taxa de natimortalidade ao longo dos anos, os municípios mais vulneráveis praticamente estagnaram.

Em 2018, o Brasil registrou 9,6 natimortos a cada mil nascimentos. Mas, ao dividir pelos níveis de privação, a desigualdade aparece de forma gritante:

  • 7,5 natimortos por mil em municípios com melhores condições
  • 11,8 natimortos por mil nos municípios mais vulneráveis

Ou seja, nascer — ou não nascer — no Brasil ainda depende muito do CEP.

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📍 Por que isso acontece?

A pesquisadora Enny Paixão, da Fiocruz Bahia, explica que, embora as políticas públicas tenham impacto nacional, elas não alcançam todas as regiões com a mesma força.

Segundo ela, municípios vulneráveis costumam ter:

  • População rural vivendo longe de unidades de saúde
  • Dificuldade de acesso a serviços especializados
  • Poucos profissionais
  • Estruturas de baixa qualidade
  • Pré-natal insuficiente

“Agora, as evidências mostram claramente que essa diferença existe e tem impacto real nas taxas de natimortalidade”, reforça Enny.

🚨 Intervenções não chegam onde mais precisam

O Brasil reduziu a taxa de natimortalidade em 30,7% entre 2000 e 2019, mas essa queda não foi homogênea.
A hipótese dos pesquisadores é que as melhorias em saneamento, educação e saúde foram menos eficazes nas cidades mais pobres, onde as distâncias são maiores e a rede de assistência é mais frágil.

🗺️ O que fazer daqui pra frente?

Para os especialistas, entender onde estão as maiores taxas de natimortalidade é o primeiro passo para criar estratégias eficientes.
O estudo reforça a necessidade de:

  • Fortalecer a atenção pré-natal
  • Garantir transporte e acesso a serviços de média e alta complexidade
  • Melhorar infraestrutura de saúde nas áreas remotas
  • Combater desigualdades estruturais

Em resumo: o Brasil avançou, mas não avançou para todo mundo — e isso continua custando vidas.

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