2025 entrou para a história do BTS — e do K-pop. Após quase dois anos de pausa forçada, os sete integrantes finalmente concluíram o serviço militar obrigatório e voltaram oficialmente à vida artística. RM, Jin, Suga, J-Hope, Jimin, V e Jung Kook encerraram um dos capítulos mais delicados da carreira do grupo, abrindo caminho para uma nova fase que começa em 2026, com álbum inédito e turnê mundial.
Mas engana-se quem pensa que o retorno foi imediato. A decisão da BIGHIT MUSIC, em conjunto com os artistas, foi clara: reconstruir o BTS com calma, respeitando o impacto pessoal, criativo e emocional que o período no exército deixou em cada um deles.
A saída do exército que parou a internet
Os alistamentos aconteceram em momentos diferentes, começando por Jin, o mais velho do grupo, seguido por J-Hope. Já em junho de 2025, o mundo finalmente acompanhou as saídas mais aguardadas.
Em 10 de junho, V deixou o quartel de forma tranquila, mas quem roubou a cena foi RM, que apareceu tocando “Dynamite” em um saxofone — imagem que viralizou instantaneamente e virou símbolo do retorno do BTS.
No dia seguinte, Jimin e Jung Kook finalizaram juntos o serviço militar e agradeceram publicamente ao exército sul-coreano. Para evitar aglomerações e proteger os artistas, a empresa organizou saídas separadas e com forte esquema de segurança.
Suga, por sua vez, concluiu o serviço de forma mais discreta. Atuando como assistente social, ele encerrou o alistamento em 21 de junho e publicou uma carta sincera aos fãs no Weverse, pedindo desculpas por um episódio polêmico de 2024 e reconhecendo o impacto emocional que isso teve no grupo e no ARMY.
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Relatos honestos, vulneráveis e humanos
Após o retorno, os membros usaram lives no Weverse para falar abertamente sobre o período no exército — e o tom foi bem diferente do glamour dos palcos.
RM revelou ter enfrentado uma insônia severa e crises de identidade durante o serviço. Sem conseguir compor músicas, ele encontrou refúgio na escrita de diários.
“Muitas pessoas pediram para eu esquecer quem eu sou, mas isso não é simples”, desabafou.
Mesmo assim, ele deixou claro que o processo foi transformador:
“Toda dor tem uma razão. Estou feliz que acabou.”
Poucos dias depois, Jung Kook emocionou os fãs ao subir ao palco com J-Hope no dia 13 de junho, data de estreia do BTS. Nervoso, ele admitiu:
“Senti muita saudade de vocês.”
Jimin e Jung Kook, que serviram no mesmo batalhão, compartilharam histórias do cotidiano militar — desde Jung Kook trabalhando na cozinha até treinamentos extremos sem banho por dias.
Já V, integrante das Forças Especiais, quebrou um recorde impressionante: 5 milhões de cartas recebidas no sistema oficial do exército. Em sua primeira live, ainda surpreendeu fãs brasileiros ao ouvir um remix de “Sambassim”, de Fernanda Porto.
Lançamentos solo e estratégia afiada da HYBE
Mesmo com os integrantes impedidos de atuar diretamente durante o alistamento, a BIGHIT mostrou domínio absoluto de estratégia.
Singles e álbuns solo gravados previamente garantiram presença constante do BTS nas paradas. Jin e J-Hope emplacaram sucessos como “Don’t Say You Love Me”, “Killin’ It Girl” e “Mona Lisa”.
RM lançou “Right Place, Wrong Person” ainda durante o serviço, em 2024.
O único lançamento coletivo em 2025 foi o álbum ao vivo “Permission To Dance On Stage”, o primeiro disco ao vivo da carreira do grupo. O projeto alcançou o 2º lugar nos álbuns mundiais e permaneceu na Billboard 200, reforçando o poder do BTS mesmo em hiato.
Suga, ações sociais e legado além da música
Após o exército, Suga manteve perfil discreto, mas protagonizou um dos gestos mais impactantes do ano. Ele doou cerca de R$ 20 milhões ao Hospital Severance, em Seul, que inaugurou o Min Yoongi Treatment Center, uma unidade dedicada ao tratamento de pessoas com autismo.
Além da doação, o rapper passou a dar aulas de música para crianças atendidas pelo hospital, reforçando sua conexão com causas sociais e o poder transformador da arte.
2026: o BTS está pronto para recomeçar
A confirmação veio na primeira live em grupo após o fim do alistamento: o comeback do BTS acontece em 2026. O novo álbum, ainda sem título, está previsto para março, seguido de uma turnê mundial.
Parte do disco está sendo produzida nos Estados Unidos, e o próprio RM explicou que o período no exército mudou a identidade do grupo.
“Bangtan pode ser como pedaços de papel de cores diferentes. Nem eu sei mais exatamente o que era, mas quero continuar criando com esses amigos.”
A promessa não é apenas de um novo álbum, mas de um BTS mais maduro, consciente e conectado com sua própria história.
