Em meio à operação mais letal da história do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou nesta terça-feira (28) que o estado já pediu apoio de blindados ao Exército três vezes — e que todos os pedidos foram negados.
O governador disse que o Rio está “sozinho nessa guerra” e cobrou maior integração com o governo federal para enfrentar o avanço do crime organizado, especialmente nas comunidades dominadas pelo Comando Vermelho (CV).
“Essa é uma guerra que está passando dos limites do que o estado deveria enfrentar sozinho. Para um conflito como esse, que vai muito além da segurança urbana, o apoio das Forças Armadas seria essencial”, afirmou Castro.
A declaração veio no mesmo dia em que a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha deixou ao menos 64 mortos, entre suspeitos e policiais. A ação foi classificada pelo próprio governo como uma “operação de defesa”, e não apenas de segurança pública.
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Segundo Castro, as negativas do Exército se baseiam na ausência de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) — decreto que só pode ser autorizado pelo presidente da República e que permite o uso das Forças Armadas em situações graves de desordem.
“Cada dia aparece uma nova justificativa. Dizem que é preciso GLO, que não podem emprestar o blindado porque o operador é servidor federal… enfim. A verdade é que o Rio está enfrentando isso sozinho”, disse o governador, em tom de desabafo.
Sem citar o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Castro afirmou que “o presidente é contra aplicar a GLO” e que espera que a crise sirva de exemplo sobre a necessidade de cooperação entre os governos estadual e federal.
Enquanto isso, a Operação Contenção — que mobiliza 2.500 agentes das polícias Civil e Militar — segue em andamento. O saldo até agora inclui dezenas de mortos, feridos e uma cidade em alerta.
O Ministério da Defesa e as Forças Armadas ainda não se pronunciaram sobre as declarações do governador.



