As forças de segurança federais conseguiram barrar uma tentativa do Comando Vermelho (CV) de enviar um alerta aos dois maiores líderes da facção no país, Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, que estão presos em penitenciárias federais de segurança máxima.
Segundo informações obtidas pela coluna do Metrópoles, o grupo planejava avisar os chefes sobre a megaoperação realizada na terça-feira (28), que deixou ao menos 119 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
O plano foi interceptado antes de chegar aos presídios, impedindo que as lideranças tivessem acesso a informações sobre a ação considerada a mais letal da história do estado.
🧩 “Não é mais segurança pública. É guerra”, diz secretário
O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que a operação representou “o maior golpe da história” contra o CV.
“Nunca houve uma ação que desse um golpe tão grande. Nem em 2010, no Alemão. Ontem, a operação ocorreu no QG da facção”, declarou.
Curi disse ainda que o cenário encontrado pelas forças de segurança “não é mais questão de segurança pública, é guerra”, destacando o poder de fogo e o nível de organização dos criminosos.
A operação foi planejada durante mais de 12 meses de investigação, com um cerco que empurrou lideranças armadas para áreas de mata, na tentativa de reduzir o risco para os moradores.
🪖 Roupas camufladas e investigação aberta
Após o confronto, a Polícia Civil do Rio (PCERJ) instaurou um inquérito para identificar moradores que teriam retirado roupas camufladas e armas dos corpos de suspeitos mortos, o que é considerado fraude processual.
Segundo Curi, há vídeos das ações, e os responsáveis serão identificados.
“Essas pessoas serão responsabilizadas. A retirada de itens prejudica a cena do crime e pode comprometer futuras perícias”, explicou.
⚰️ Corpos levados à praça
Durante a madrugada de quarta-feira (29), moradores retiraram dezenas de corpos da mata entre a Penha e o Alemão e levaram até a Praça São Lucas, na Vila Cruzeiro, para reconhecimento.
Relatos indicam vítimas com tiros na nuca, facadas e ferimentos nas pernas.
Policiais disseram que muitos dos mortos usavam roupas camufladas, padrão de combate utilizado por integrantes do Comando Vermelho.


 
                                    
