A escala 6×1 — aquela rotina de trabalhar seis dias para só descansar um — está perto de entrar para a história. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na quarta-feira (10) uma PEC que redefine a jornada de trabalho no Brasil e pode transformar o dia a dia de milhões de trabalhadores. Agora, o texto segue para o plenário.
A proposta traz duas mudanças centrais: redução da carga horária semanal para 36 horas e descanso de dois dias, preferencialmente aos sábados e domingos.
O que muda na prática
A PEC estabelece uma nova regra geral:
✔ Jornada reduzida
- Limite de 8 horas por dia
- Máximo de 36 horas semanais
- Distribuídas em até cinco dias por semana
- Com possibilidade de compensação e acordos coletivos
✔ Mais descanso
- Dois dias de folga por semana
- Preferência para sábado e domingo
Segundo o texto, o objetivo é garantir uma carga horária mais equilibrada e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, sem causar impacto imediato nas empresas.
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Transição gradual: mudanças não acontecem de um dia para o outro
A proposta cria um cronograma de adaptação que pode durar até cinco anos, caso seja aprovada ainda em 2025.
Veja como ficaria:
Até 31 de dezembro do ano da aprovação
- Jornada máxima: 44 horas semanais
- Folga preferencial aos domingos
A partir de 1º de janeiro do ano seguinte
- Jornada máxima: 40 horas semanais
- Folga de dois dias, preferencialmente sábado e domingo
A partir do segundo ano
A cada ano, a carga horária semanal cai 1 hora até chegar às 36 horas:
- 2027 → 39h
- 2028 → 38h
- 2029 → 37h
- 2030 → 36h semanais
Durante todo o processo, o limite de 8 horas por dia continua valendo.
Quem está por trás da proposta
- Autor: senador Paulo Paim (PT-RS)
- Relator: senador Rogério Carvalho (PT-SE)
Para que tudo isso vire realidade, a PEC precisa ser aprovada pelo plenário do Senado e depois pela Câmara dos Deputados.
Por que esse debate importa
A mudança cria um dos maiores ajustes trabalhistas das últimas décadas. De um lado, trabalhadores veem um avanço histórico na busca por mais descanso e qualidade de vida. Do outro, empresas avaliam como reorganizar escalas e custos no novo modelo.
A discussão agora promete ganhar ainda mais espaço no Congresso — e no dia a dia de quem espera uma jornada mais justa.




