O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a atacar com sua política protecionista e anunciou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros importados. A nova tarifa entra em vigor no dia 7 de agosto e já está dando o que falar — inclusive no mundo do futebol.
A pergunta que fica: isso pode impactar o futebol brasileiro? A resposta é sim, ainda que de forma indireta. E a explicação vai além das quatro linhas.
⚽ Economia em campo: o efeito dominó
Segundo o advogado tributarista Mozar Carvalho, do escritório Machado de Carvalho Advocacia, a medida pode provocar um efeito cascata na economia brasileira. “Se o país encolher economicamente, com cerca de 120 mil empregos a menos e o real despencar, os salários em dólar e euro vão atrair ainda mais nossos atletas”, explica.
Ou seja: mais jogadores brasileiros podem buscar oportunidades fora do país, deixando o nosso futebol mais carente de talentos. E os clubes? Ficam com menos força de negociação e dependentes de revelar jogadores cada vez mais jovens.
👕 Equipamentos e camisas podem pesar no bolso
Caso o Brasil responda com uma política de retaliação tarifária, os clubes também podem sair perdendo.
Itens importados como equipamentos de treino, uniformes oficiais, chuteiras e acessórios podem subir de preço. Isso impacta desde os treinos até as vendas das camisas no e-commerce. E quem paga a conta no fim? O torcedor.
“A política de reciprocidade pode encarecer itens essenciais para os clubes, prejudicando tanto o desempenho em campo quanto o comércio esportivo”, explica Carvalho.
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📦 Exportações brasileiras no futebol: estamos imunes?
Na prática, os Estados Unidos não são grandes compradores de produtos esportivos manufaturados do Brasil, como camisas, bolas ou chuteiras. A maior parte da nossa produção é voltada para o mercado interno ou enviada a países da América do Sul.
Segundo a Ápice (Associação pela Indústria e Comércio Esportivo), o setor faturou R$ 5,6 bilhões recentemente com vestuário, calçados e acessórios esportivos. E a maioria dos itens importados por aqui vem da Ásia, que não será afetada diretamente por esse tarifaço.
💬 Em resumo:
- O tarifaço não impacta diretamente o futebol brasileiro, mas pode afetar a economia nacional, e com ela, o esporte.
- Salários desvalorizados e aumento no custo de equipamentos podem gerar perdas para clubes e torcedores.
- Exportações para os EUA não são significativas no setor esportivo, então a dor maior vem no bolso do brasileiro e no mercado interno.