Uma tensão extra marcou o sul do Líbano neste domingo (16). Forças militares de Israel abriram fogo por engano contra soldados da ONU, segundo a própria missão de paz das Nações Unidas, a Unifil, que classificou o episódio como uma violação grave das resoluções internacionais.
Apesar do susto, ninguém ficou ferido.
🪖 Como aconteceu o incidente
De acordo com o Exército de Israel, os soldados estavam perseguindo dois supostos suspeitos na área de El Hamames, perto da fronteira, quando atiraram — e só depois perceberam que se tratava de militares da ONU.
Os israelenses alegaram que a má visibilidade causada pelo clima contribuiu para o erro e afirmaram que o caso está sendo investigado.
Já a Unifil apresentou uma versão mais detalhada:
➡️ Os tiros vieram de um tanque Merkava posicionado dentro do território libanês.
➡️ Metralhadora pesada foi usada.
➡️ Os disparos caíram a cinco metros dos soldados da ONU, que precisaram se abrigar.
➡️ O tanque só recuou após contato formal via canais oficiais.
⚠️ ONU chama de violação da Resolução 1701
A Unifil afirmou que o ataque representa uma “grave violação” da Resolução 1701 do Conselho de Segurança, documento que rege as regras no sul do Líbano desde o fim da guerra entre Israel e Hezbollah em 2006.
A resolução determina que nenhuma força armada pode atuar na região além da própria Unifil e do Exército libanês.
🇱🇧 Governo libanês reage
As Forças Armadas do Líbano também se manifestaram, dizendo que:
- Israel segue violando a soberania libanesa,
- cria instabilidade,
- e dificulta o trabalho das próprias tropas libanesas no sul.
🧭 Contexto: um cessar-fogo sempre no limite
Mesmo após o cessar-fogo firmado no ano passado entre Israel e Hezbollah, a região nunca realmente esfriou.
- Israel acusa o Hezbollah de tentar se rearmar.
- O Líbano acusa Israel de não retirar suas tropas e seguir com ataques aéreos no sul.
- Atualmente, cinco postos israelenses permanecem dentro do território libanês, segundo autoridades do país.
O novo episódio adiciona mais um capítulo à instabilidade crônica na fronteira, que segue sendo um dos pontos mais sensíveis do Oriente Médio.




