O Brasil acaba de marcar mais um capítulo importante na história militar do país. A Marinha apresentou, no Complexo Naval de Itaguaí (RJ), o Almirante Karam (S43) — o mais novo submarino convencional da frota — e oficialmente abriu caminho para a etapa que realmente muda o jogo: a construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, o futuro Álvaro Alberto.
A entrega do S43, junto com a demonstração dos armamentos do Tonelero (S42), encerra o ciclo dos submarinos convencionais do PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos) e coloca todas as atenções no projeto nuclear, desenvolvido em parceria com o Naval Group, da França.
🚀 O que torna o submarino nuclear tão importante?
Previsto para operar a partir de 2034, o submarino nuclear será construído em Itaguaí e começa a ganhar forma pela popa. Essa fase exige tecnologia de ponta e uma engenharia extremamente sofisticada.
Entre os grandes desafios:
- Construção do reator de propulsão naval e dos sistemas eletromecânicos que operam junto a ele;
- Tecnologia baseada em água pressurizada, o mesmo método usado em várias centrais nucleares pelo mundo;
- Autonomia gigantesca, que permite navegar submerso por longos períodos sem reabastecimento;
- Energia de altíssima densidade: uma única pastilha de urânio enriquecido pode gerar a mesma energia que 1 tonelada de carvão.

🌍 Por que isso coloca o Brasil em outro patamar?
Hoje, apenas cinco países têm submarinos desse tipo: EUA, China, Rússia, França e Reino Unido.
O Brasil será o primeiro do hemisfério sul a dominar essa tecnologia — um salto estratégico com impacto direto na defesa, na vigilância e na capacidade de dissuasão no Atlântico Sul.
Além disso, o projeto ajuda o país a:
- Reduzir dependência de tecnologias estrangeiras em áreas sensíveis;
- Ganhar protagonismo internacional na área de defesa;
- Desenvolver conhecimento próprio que pode futuramente virar produto de exportação.
O nome da embarcação — Álvaro Alberto — homenageia um dos maiores responsáveis pelo programa nuclear brasileiro.



