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quarta-feira, dezembro 3, 2025

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Violência contra a mulher explode no Brasil e casos recentes expõem cenário alarmante

A violência contra a mulher no Brasil atingiu níveis que já não podem ser ignorados. Só na última semana, dois ataques brutais em São Paulo reacenderam o alerta: uma mulher de 31 anos teve as pernas mutiladas após ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro pelo marido; dias depois, outra mulher foi baleada pelo ex-companheiro no local de trabalho.

Os dois casos foram classificados pela Polícia Civil como tentativas de feminicídio — e evidenciam como o ciclo de violência contra mulheres segue escalando no país.

“É uma tragédia estrutural”, alerta especialista

Para a advogada Luciane Mezarobba, que atua exclusivamente no atendimento a mulheres, o combate ao feminicídio precisa atuar em duas frentes: políticas públicas efetivas e transformação da cultura dentro das casas.

Ela destaca que não faltam leis, mas sim ações práticas, apoio estatal e um Judiciário com olhar atento às desigualdades que estruturam a violência de gênero.

“Uma sociedade que naturaliza a desigualdade entre homens e mulheres alimenta a violência. Precisamos combater isso tanto no Estado quanto dentro das famílias”, afirma.

A advogada também lembra que ferramentas como o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, implementado pelo CNJ, são fundamentais para orientar decisões judiciais mais responsáveis e sensíveis ao tema.

Violência não começa no extremo — ela cresce em silêncio

Mezarobba reforça que a violência doméstica raramente surge como um ataque fatal. Antes disso, quase sempre há:

  • Violência psicológica
  • Controle e manipulação
  • Agressões verbais
  • Violência patrimonial
  • Isolamento da vítima
  • Ameaças

E quando o agressor percebe que não há consequências, a escalada se intensifica — até chegar ao feminicídio.

Desigualdade histórica ainda molda relações hoje

De acordo com a psicóloga e pesquisadora da UnB, Maisa Guimarães, a violência de gênero é resultado direto de uma sociedade construída durante séculos para privilegiar homens e restringir direitos das mulheres.

Ela lembra que até poucas décadas atrás a mulher casada não podia sequer escolher seu trabalho sem autorização.
Essa herança ainda influencia o presente.

“A igualdade de direitos entre homens e mulheres é algo muito recente no Brasil. A violência que vemos hoje é um reflexo dessa história de desigualdade”, explica.

E os dados confirmam: feminicídio bate recorde em SP

Os números da Secretaria de Segurança Pública de SP são chocantes:

  • 53 feminicídios na capital entre janeiro e outubro de 2025 — o maior número desde o início da série histórica (2018).
  • 207 mulheres mortas no estado no mesmo período.
  • Só em outubro: 22 feminicídios e 5.838 casos de lesão corporal dolosa contra mulheres.

A maioria desses crimes é cometida por parceiros ou ex-parceiros — e costuma ser o desfecho de meses (ou anos) de agressões invisibilizadas.

Por que a violência piorou?

Pesquisadoras afirmam que parte do agravamento está na reação de alguns homens à conquista de direitos pelas mulheres.

Não é “não aceitar o fim do relacionamento”.
É não aceitar que a mulher tenha autonomia sobre sua própria vida.

Esse comportamento — que mistura posse, controle e misoginia — é combustível para a violência extrema.

O que especialistas defendem?

✔ políticas públicas que acolham as mulheres (como creches e escolas integrais)
✔ punição rigorosa para agressores
✔ combate às redes de ódio e misoginia online
✔ educação antissexista desde a infância
✔ fortalecimento da rede de apoio e denúncia

A mensagem é clara: enquanto a desigualdade estrutural não for enfrentada, o feminicídio continuará crescendo.

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