O governo do Ceará decretou situação de emergência econômica na quinta-feira (4) por causa do impacto direto das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O estado é um dos mais atingidos porque mais de 44% das suas exportações têm como destino o mercado americano — incluindo siderurgia, frutas, pescados e pás eólicas.
De acordo com o decreto assinado pelo governador Elmano de Freitas (PT), a medida pretende acelerar políticas de apoio e dar mais agilidade às ações de defesa de trabalhadores e empresas.
Mais de 90% das exportações cearenses afetadas
Enquanto alguns produtos brasileiros ficaram de fora do tarifaço de Donald Trump, a pauta exportadora cearense foi duramente atingida: mais de 90% segue dentro da lista de sobretaxados. Isso ameaça desde a indústria pesada até pequenos produtores rurais.
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Para reduzir o impacto imediato, o estado lançou um edital emergencial, aberto até esta sexta-feira (5), para comprar diretamente de empresas locais de alimentos que comprovarem queda nas exportações em comparação ao segundo semestre de 2024. Estão na lista itens como mel, castanha, filé de peixe, água de coco e cajuína.
Crise vai além da economia
As tarifas fazem parte de um pacote mais amplo da política externa de Trump, que já incluiu:
- Sanções financeiras contra o ministro do STF Alexandre de Moraes;
- Investigação comercial sobre o Pix;
- Medidas punitivas contra autoridades e instituições brasileiras ligadas ao processo da trama golpista.
Moraes é relator das ações que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados pelo plano de golpe para reverter as eleições de 2022, que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. Tanto Bolsonaro quanto o deputado Eduardo Bolsonaro já foram indiciados por crimes ligados ao caso.
👉 Agora, o Ceará corre contra o tempo para defender empregos e empresas locais, enquanto a tensão entre Brasil e EUA ganha novos capítulos políticos e econômicos.
