O Governo do Rio de Janeiro divulgou na quinta-feira (30) parte dos nomes dos suspeitos mortos durante a megaoperação realizada na última terça (28) nos complexos da Penha e do Alemão. A ação, que entrou para a história como a mais letal do Brasil, deixou 121 mortos, entre eles chefes do Comando Vermelho (CV) que atuavam em diferentes estados.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 99 suspeitos já foram identificados. Desses, 78 tinham antecedentes criminais e 42 estavam com mandados de prisão em aberto.
Entre os nomes confirmados estão PP, apontado como chefe do tráfico no Pará; Chico Rato e Gringo, de Manaus (AM); Mazola, de Feira de Santana (BA); DG e FB, líderes na Bahia; além de Fernando Henrique dos Santos, Rodinha e Russo, que controlavam pontos em Goiás e no Espírito Santo.
🚨 “Quartel-general do CV”
De acordo com o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, as comunidades da Penha e do Alemão são consideradas o “centro de comando” da facção.
“É desses complexos que partem as ordens e diretrizes para os estados onde o CV atua”, afirmou o secretário.
A megaoperação reuniu 2,5 mil agentes e tinha como objetivo cumprir 51 mandados de prisão. O confronto também deixou vários policiais feridos — entre eles o delegado Bernardo Leal Anne Dias, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que precisou amputar uma das pernas após ser baleado.
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⚔️ Arsenal internacional e drones de guerra
As forças de segurança encontraram um “arsenal de guerra” com armas de uso militar, drones e roupas camufladas.
Entre as 91 armas apreendidas, havia fuzis vindos da Europa e de exércitos da Venezuela, Argentina, Peru e Brasil.
Muitos dos equipamentos chegaram ao país por rotas ilegais que passam pelo Paraguai.
De acordo com investigações do Ministério Público do Rio (MPRJ), o traficante conhecido como “Gardenal” era o responsável pela compra de drones de vigilância para o CV, usados para monitorar e até lançar granadas contra as forças de segurança.
As mensagens interceptadas mostram a intenção da facção de se modernizar:
“A gente tem que se adequar à tecnologia, entendeu?”, escreveu Gardenal em conversa com outro criminoso conhecido como “Grandão”.
💡 Contexto:
A operação faz parte de uma investigação nacional sobre a atuação interestadual do Comando Vermelho, que tem expandido influência para o Norte e Nordeste. Especialistas afirmam que o grupo vem adotando estratégias militares e tecnológicas, transformando o tráfico de drogas em uma rede estruturada com presença em mais de 10 estados brasileiros.
