Novos detalhes surgiram sobre a identidade do jovem que morreu no domingo (30) após invadir o recinto da leoa Leona no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa (PB). A vítima foi identificada como Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido na região como Vaqueirinho.
Segundo autoridades e profissionais que acompanharam sua história, Gerson tinha transtornos mentais, um histórico de vulnerabilidade social e já havia recebido atendimento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), de onde fugiu posteriormente.
🔎 Um histórico marcado por abandono e acompanhamento irregular
A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou Gerson por anos, divulgou uma nota emocionada relembrando a trajetória do jovem. Ela conta que o conheceu quando ele tinha apenas 10 anos, após ser encontrado sozinho na BR pela PRF.
“Foram oito anos lutando para garantir seus direitos. Você chegou pra nós ainda criança, já muito marcado pela vida”, escreveu a conselheira.
Segundo ela, Gerson cresceu em um contexto de ruptura familiar difícil, tendo sido afastado do poder familiar da mãe, que é esquizofrênica.
🚨 Passagens pela polícia e constante situação de risco
O policial penal Ed Alves informou que o jovem acumulava 16 passagens pela polícia, 10 delas quando era menor de idade. Apesar da ficha, profissionais da rede de proteção reforçam que seu comportamento era reflexo de uma vida sem acompanhamento contínuo, marcada por negligência e transtornos mentais não tratados.
🦁 Como foi a invasão ao recinto da leoa
Gerson escalou uma parede de mais de 6 metros, passou pelas grades de segurança, subiu em uma árvore e conseguiu acessar a área da leoa Leona, de 18 anos e 130 kg.
Segundo a Prefeitura de João Pessoa, equipes do parque tentaram impedir a invasão, mas tudo aconteceu muito rapidamente.
Após o ataque, o parque foi imediatamente fechado e segue assim até a conclusão dos procedimentos de investigação e revisão de segurança.
🛡️ Estrutura do recinto estava dentro das normas, diz prefeitura
O Recinto de Grandes Felinos segue as regras da Instrução Normativa do Ibama, que determina padrões de altura, barreiras físicas e proteção.
A administração reforça que:
- as barreiras superam em mais de 2 metros o mínimo exigido;
- o recinto tem borda negativa de 1,5 metro;
- todas as normas técnicas estavam sendo cumpridas;
- a invasão foi insistente e fora do padrão de comportamento esperado dos visitantes.
📌 Em investigação
A Polícia Civil e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente seguem apurando o caso, incluindo falhas possíveis, dinâmica da invasão e circunstâncias que levaram o jovem a escalar a estrutura.
