Maricá mais uma vez mostrou por que virou referência internacional quando o assunto é renda básica. Na terça (26), o Cine Henfil foi palco da entrega do Prêmio Eduardo Suplicy de Teses e Dissertações, dentro da programação do 24º Congresso da Rede Mundial de Renda Básica (BIEN). A cerimônia celebrou seis pesquisadores brasileiros que mergulharam no tema e apresentaram estudos inovadores sobre justiça social e políticas de renda.
O prêmio leva o nome de Eduardo Suplicy, um dos maiores defensores da renda básica no Brasil e no mundo. Mesmo sem conseguir estar presente por questões de saúde, Suplicy mandou um recado em vídeo cheio de emoção:
“Este prêmio não homenageia simplesmente a mim, mas a uma causa – a da liberdade real, da dignidade humana, da justiça social e econômica. Saber que meu sonho inspira novas gerações de brilhantes pesquisadores é a maior das recompensas.”
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Pesquisas que transformam vidas
Entre os destaques, a pesquisadora Júlia Bielskis, da UFMG, recebeu reconhecimento por sua dissertação que discute a valorização do trabalho de cuidado não remunerado e como a renda básica pode ajudar a garantir direitos das mulheres. “Discutir esse tema com um olhar feminista é fundamental para transformar a realidade das trabalhadoras do cuidado no Brasil”, afirmou.
Maricá como exemplo para o mundo
O secretário de Economia Solidária e Empreendedorismo, Matheus Gaúcho, reforçou o papel da cidade como vitrine de políticas públicas que saem do papel e fazem diferença:
“Nossa cidade é hoje uma referência mundial em políticas de renda básica, com mais de 70 mil pessoas beneficiadas pela moeda Mumbuca. Estamos mostrando que uma utopia pode, sim, ser real e transformar vidas.”
Não é exagero: desde 2013, Maricá desenvolve o programa Renda Básica de Cidadania (RBC), que hoje atende cerca de 32 mil famílias com a moeda social Mumbuca. O impacto é tão grande que já movimenta 22% da economia local e inspira projetos em outras cidades do estado.
Um congresso de alcance global
O 24º BIEN segue até o dia 29 de agosto, reunindo representantes de mais de 40 países para discutir o futuro da proteção social no planeta. A renda básica aparece como um eixo central dessas conversas, e Maricá prova que esse debate não é apenas teórico — ele já acontece na prática.