Um dos setores que se movimentaram ainda mais nos últimos meses é o de games. A pesquisa “Games Brasil 2021”, por exemplo, apontou que 75% dos entrevistados passaram a jogar mais durante a pandemia.
Além disso, o tempo de permanência nos jogos aumentou. Antes, as pessoas gastavam cerca de meia hora jogando por dia. Hoje, ficam de uma a três horas. A pesquisa também mostrou que o público feminino já soma 53,3% da audiência dos jogos.
Em Mogi das Cruzes, uma família apaixonada por games se reúne para jogar com frequência. Foi feita até uma camiseta personalizada que faz referência ao mundo dos jogos eletrônicos. Um hobby que, na pandemia, não tem deixado ninguém cair na rotina.
“Por conta da pandemia, a gente não sai mais. Temos evitado bastante por conta dos riscos. Então nós vimos que é um interesse comum de todo mundo. Meu irmão gosta, eu gosto, minha irmã. É o que a gente gosta de fazer junto. Todo mundo se diverte. É um jeito que a gente arrumou de passar juntos, nos divertindo”, falou a professora de inglês Mayara Yassini.
A pedagoga Penha Yassini, uma das apaixonadas por games na família, começou a jogar quando estava grávida da filha mais velha. “No começo de 1994, eu jogava o Atari grávida dela. Foi minha primeira paixão por videogame. E aí jogava dia e noite”.
Os jogos já fazem parte da rotina de muitas famílias. Enquanto alguns se divertem, outros trabalham para conquistar o mercado profissional com os games, setor promissor que vem ganhando cada vez mais espaço.
Três jovens de Mogi, por exemplo, fundaram uma organização de esportes eletrônicos. É a primeira equipe profissional da região.
“A gente organiza os nossos streamers e parceiros, para que eles produzam bons conteúdos e tragam notícias e conteúdos de relevância para a comunidade gamer, que é uma coisa muito nova no Brasil, um mercado que ainda não foi bem explorado. É um mercado que tem muito a crescer aqui”, expica a coordenadora de operações Larissa Gallo.
A empresa foi criada na pandemia e funciona em um escritório com equipamentos de alta tecnologia. Para muitas pessoas, pode até parecer um hobby, mas trata-se de um projeto muito bem planejado e estruturado.
“Nós oferecemos um treinador, que ajuda a estruturar todas as estratégias que envolvem a atuação dentro do jogo, e um psicólogo, que vai auxiliar a comunicação entre elas, o que elas sentem uma pela outra, como desenvolvem melhor a comunicação, o entendimento delas com a profissão, porque tem uma diferença muito tênue entre se divertir e jogar competitivamente, como profissão. Então tentamos ter essa comunicação muito bem feita para trazer, no final, um resultado mais positivo em uma competição”, explicou o fundador e administrador Caeh Altran.
Para lançar o time que representa a equipe nos campeonatos, eles produziram um clip com música autoral, alternando jogadas e competidoras. O principal objetivo desses empresários é dar suporte para a equipe se destacar em grandes campeonatos. Para isso, os treinos são diários.
“Na nossa equipe, por contrato, a gente treina entre quatro e cinco horas por dia, de segunda a sexta. Mas é normal, dentro do cenário, as pessoas treinarem oito, nove horas. Claro que cada equipe tem sua estrutura e o seu foco”, disse Caeh.
Além da parte técnica, a empresa tem um leque de conteúdos na internet para conquistar cada vez mais fãs de games.
“Desde o começo, a gente procura ter clareza com todos os nossos parceiros e com nosso time. A gente tem um grupo de comunicação com eles. Cada tarefa é dividida dentro de um aplicativo. É feito um calendário virtual. Toda vez que você tiver um serviço para fazer para a gente, vai estar dentro desse card, com informações como quando será postado, em que plataforma, quanto tempo precisa ser gravado, quem vai fazer a arte, quem vai produzir esse conteúdo. Deixamos tudo combinado, e aí é postado dentro das redes sociais”, explica a coordenadora de conteúdo Marina Rodrigues.
Fonte: G1
