O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que vai recorrer da decisão que absolveu sete réus no processo sobre o incêndio no Ninho do Urubu, que tirou a vida de 10 adolescentes jogadores da base do Flamengo e deixou outros três feridos, em 2019.
De acordo com o órgão, a tragédia não foi um acidente, mas sim resultado direto da negligência de quem deveria garantir a segurança dos meninos. A Promotoria reforça que o Centro de Treinamento Presidente George Helal, onde o incêndio ocorreu, funcionava de forma irregular, sem autorização oficial, sem certificado do Corpo de Bombeiros e mesmo assim seguia em atividade apesar de multas e interdições anteriores.
⚠️ Problemas ignorados
O MPRJ aponta uma série de falhas graves: instalações elétricas precárias, falta de manutenção nos aparelhos de ar-condicionado, e estrutura improvisada com contêineres adaptados como dormitórios — muitos feitos de material inflamável, com grades nas janelas, portas que travaram durante o incêndio e apenas uma saída de emergência.
Segundo as investigações, o fogo teria começado em um dos aparelhos de ar-condicionado.
💬 “O incêndio poderia ter sido evitado. Não foi fatalidade, foi negligência”, destacou a Promotoria em nota.
🔥 Entenda a decisão judicial
Na última terça-feira (21), o juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal do Rio, entendeu que não havia provas suficientes de que os acusados tivessem atuado diretamente para causar o incêndio. Ele afirmou que não se pode responsabilizar alguém apenas pelo cargo que ocupa, sem comprovação de ação ou omissão determinante para o resultado.
Com isso, foram absolvidos:
- Antônio Márcio Mongelli Garotti (ex-diretor de Meios do Flamengo)
- Marcelo Maia de Sá (ex-diretor adjunto de Patrimônio)
- Edson Colman da Silva (responsável pela manutenção dos ar-condicionados)
- Fábio Hilário da Silva (engenheiro elétrico da NHJ)
- Cláudia Pereira Rodrigues (diretora administrativa e comercial da NHJ)
- Weslley Gimenes (engenheiro civil da NHJ)
- Danilo da Silva Duarte (engenheiro de produção da NHJ)
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Outros nomes já haviam sido retirados do processo em fases anteriores, como Eduardo Bandeira de Mello, então presidente do Flamengo, cuja punibilidade foi extinta em fevereiro deste ano.
🕯️ O incêndio aconteceu em 8 de fevereiro de 2019. As vítimas tinham entre 14 e 16 anos. Dos 26 jovens que dormiam no alojamento, 16 sobreviveram.
💔 Um caso que ainda dói
A tragédia no Ninho do Urubu marcou o futebol brasileiro e deixou uma ferida que ainda não cicatrizou — tanto para as famílias das vítimas quanto para os torcedores que acompanharam de perto o sonho interrompido de dez meninos que queriam apenas jogar bola.
👉 Acompanhe o desdobramento do caso no Jovem na Mídia e entenda o que pode mudar com o recurso do MPRJ.




