Nos últimos dias, a internet pirou com a notícia de que cientistas teriam revivido o lobo-terrível, uma espécie extinta há mais de 10 mil anos. Mas calma lá: a história não é bem assim.
A empresa americana Colossal Biosciences divulgou que recriou a espécie, apresentando três filhotes como sendo “lobos-terríveis”. O problema é que a ciência diz outra coisa.
Na real, os filhotes são lobos-cinzentos com modificações genéticas. Ou seja: continuam sendo uma espécie viva, apenas editada para parecer com os extintos.
Não passou pela revisão científica
A própria Colossal disse que “restaurou” a espécie, mas até agora tudo se baseia num comunicado de imprensa. Nenhum artigo científico foi publicado nem revisado por outros cientistas, o que é essencial nesse tipo de pesquisa.
Lobo-terrível ou só marketing?

O biólogo Jeremy Austin, do Centro Australiano de DNA Antigo, afirmou ao site ScienceAlert que os animais são lobos-cinzentos com mudanças genéticas. E o mais curioso: nem mesmo a aparência do verdadeiro lobo-terrível é conhecida com precisão. Cientistas ainda discutem como ele era.
Diferenças entre as espécies
- Lobo-terrível (Aenocyon dirus): extinto há 10 mil anos, viveu na América do Norte. Acredita-se que era um pouco maior que o lobo-cinzento.
- Lobo-cinzento: espécie atual, viva em várias regiões do mundo. Algumas modificações genéticas fizeram com que os filhotes da Colossal ficassem com pelagem mais clara, parecida com a imagem popular do lobo-terrível.
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Só 15 alterações seriam baseadas no animal extinto
A Colossal afirma ter feito 20 alterações no DNA dos filhotes, mas só 15 seriam inspiradas no lobo-terrível. As outras cinco foram apenas para deixar o animal mais “parecido”, como clarear a pelagem.
A bióloga Raissa Tancredi foi direta: “O genoma editado é de lobo-cinzento, que ainda vive em áreas temperadas. Isso não é uma recriação, é uma modificação.”
A tal “ressurreição” do lobo-terrível ainda está bem longe de ser real. E você, acha que a ciência está indo longe demais ou isso pode abrir caminhos interessantes no futuro?