O governo da Ucrânia solicitou ao Brasil apoio diplomático para convencer o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a participar de uma reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agendada para esta quinta-feira (15), em Istambul, na Turquia.
O pedido foi feito nesta terça-feira (13) pelo vice-chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, ao ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, durante uma ligação telefônica.
“Reafirmei a prontidão do presidente Zelensky para se encontrar com Putin na Turquia e pedi ao Brasil que use sua voz competente em seu diálogo com a Rússia para que este encontro direto de mais alto nível aconteça”, afirmou Sybiha em comunicado.
Zelensky declarou que o encontro só terá sentido com a presença do presidente russo e acusou Putin de evitar o diálogo direto por “medo”.
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Papel do Brasil nas negociações
A iniciativa do governo ucraniano ocorre meses após críticas de Zelensky sobre a atuação do Brasil no cenário diplomático da guerra. Em 2023, o presidente ucraniano chegou a afirmar que o país sul-americano havia perdido relevância nas negociações de paz e que “o trem do Brasil já passou”.
No mesmo ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recusou a se encontrar com Zelensky durante uma breve passagem do ucraniano por Brasília, a caminho da posse de Javier Milei, na Argentina.
Apesar das divergências anteriores, o Brasil vem insistindo em atuar como mediador no conflito, defendendo um cessar-fogo e negociações de paz desde 2023.
Tentativa de diálogo em Istambul
A proposta do encontro partiu do próprio Putin no domingo (11), após pressões de líderes europeus que ameaçaram impor novas sanções caso não houvesse um cessar-fogo de pelo menos 30 dias.
Zelensky considerou a iniciativa “um sinal positivo”, mas reforçou que só participará das negociações se houver uma trégua imediata. Posteriormente, confirmou presença na reunião marcada para esta quinta-feira.
Caso a reunião aconteça, será o primeiro encontro presencial entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia desde o início do conflito, em fevereiro de 2022.