Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado em 57 municípios mostra que pelo menos 29 mulheres foram vítimas de feminicídio ou tentativa de feminicídio com arma de fogo até a primeira quinzena de agosto de 2025. O número representa um aumento de 45% em relação ao mesmo período de 2024, quando 20 mulheres foram atingidas.
Dessas 29 vítimas, 22 não sobreviveram — um índice de 76%. No ano passado, das 20 mulheres baleadas, 12 morreram e 8 ficaram feridas.
O maior número de casos está na região metropolitana do Recife, com 13 vítimas (8 mortas e 5 feridas). Em 2024, foram 8 vítimas (6 mortas e 2 feridas). Já em Belém, foram duas mortes; em Salvador, quatro vítimas mortas; e no Rio de Janeiro, o número subiu de 7 (4 mortas e 3 feridas) em 2024 para 10 vítimas (8 mortas e 2 feridas) em 2025.
Onde e por quem os crimes acontecem
O ambiente doméstico continua sendo o principal local dos ataques: 15 mulheres foram baleadas dentro de casa, e cinco em bares.
Entre os agressores, 25 eram companheiros ou ex-companheiros — ou seja, 86% dos casos. Um quarto dos casos (7) envolveu agentes de segurança.
Municípios com registros em 2025
- Recife (PE): 9
- Rio de Janeiro (RJ): 4
- Jaboatão dos Guararapes (PE): 3
- Belém (PA): 2
- Camaçari (BA): 2
- Duque de Caxias (RJ): 2
- Simões Filho (BA): 2
- Abreu e Lima (PE): 1
- Magé (RJ): 1
- Maricá (RJ): 1
- Mesquita (RJ): 1
- Nova Iguaçu (RJ): 1
O levantamento reforça a urgência de políticas públicas voltadas à proteção das mulheres, especialmente em casa, e aponta para a necessidade de combate à violência armada contra o público feminino.